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Primeira volta KBB™ - VW Virtus MSI

Com motor 1.6, sedã vem bastante completo, com segurança de primeira e espaço de sobra, mas merece algumas observações

Depois que a Volkswagen nos apresentou o Virtus e nos contou quanto ele custa, só nos restava saber a experiência que ele oferece ao volante. Foi isso que tivemos a oportunidade de conhecer em uma viagem do Parque Ibirapuera, em São Paulo, até a pista de testes da Goodyear em Americana, no interior de São Paulo. A KBB teve a oportunidade de sair da cidade e pegar a estrada no trecho de direção que lhe coube, dividido com outros dois jornalistas, e pode te contar detalhes importantes sobre o novo modelo. Que promete fazer um estrago danado na concorrência mesmo em sua versão mais barata, a MSI, equipada com motor 1.6 de 117 cv.

 

Introdução

Como já falamos na apresentação oficial do modelo, em novembro, o Virtus é um sedã compacto de 4,48 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,47 m de altura, 2,65 m de entre-eixos, porta-malas de 521 litros e peso de 1.134 kg. São 51 kg a mais do que o Polo MSI apresenta (1.083 kg), prova do trabalho esmerado da engenharia em criar um carro bem maior que o Polo (42 cm), muito mais espaçoso e com um bocado a mais de porta-malas com a mínima adição possível de massa. Seu motor chega à potência máxima aos 5.750 rpm e ao torque de 16,5 kgfm a 4.000 rpm. O câmbio, por ora, é apenas o manual de 5 marchas, algo que impede que o Virtus tenha, logo de cara, uma versão para PcD.

A versão MSI começa em R$ 59.990. E até vem com bom conteúdo de série. São quatro airbags de série, direção elétrica, ar-condicionado, travas elétricas, vidros elétricos nas quatro portas (“um-toque” para fechamento e abertura nos dianteiros), faróis de dupla parábola, chave canivete, computador de bordo, para-sóis iluminados para motorista e passageiro, tomada de 12V no console central, suporte para celular no painel com entrada USB para carregamento e regulagem de altura para o banco do motorista. Mas são flagrantes as faltas de rodas de liga leve, central multimídia, faróis de neblina, retrovisor elétrico e de regulagem de altura e de distância da coluna de direção.

Este três últimos itens não são oferecidos nem como opcionais. Só estão disponíveis para versões com motor 1.0 TSI. Em um país que preza tanto a aparência, como o Brasil, isso pode fazer com que o Virtus MSI se destine quase exclusivamente a frotistas.

Novo VW Virtus MSI 2018

Completo, com pintura metálica (R$ 1.450) e o pacote Connect, que une o Safety Pack (R$ 1.050, com ESC, ASR, EDS e HHC) à central multimídia Composition Touch, I-System, volante multifuncional, sensores de estacionamento traseiros e roda de liga leve de aro 15, com pneus 195/65 R15 (R$ 2.950), o Virtus chega a um total de R$ 64.390. Mas o configurador da Volkswagen está com um problema: se você quiser adicionar todos os opcionais ao carro, ainda que o Safety Pack já esteja contido no Connect, ele soma os valores e te apresenta a fatura de R$ 65.440, preço que o modelo nunca poderia atingir.

Ao volante

Assim como no Polo, o interior do Virtus é bem construído, mas simples. É uma aposta oposta à dos concorrentes, que adotam estilos por vezes mais luxuosos, ainda que a estrutura do modelo não seja tão segura quanto a do VW. Na unidade que avaliamos, havia falhas de acabamento, como na porta direita traseira de trás, com um vão notável entre os plásticos. Em modelos mais luxuosos, essa parte plástica é revestida por tecido, o que talvez ajude a explicar o problema, ainda que a porta do lado esquerdo do banco traseiro não o apresentasse.

Curiosamente, o motor 1.6 se mostrou mais vivaz no sedã do que no hatchback. Talvez por conta da estrada escolhida para a avaliação, a Bandeirantes, com muitas faixas e em ótimo estado de conservação. Avaliamos o Polo na Rodovia Presidente Castelo Branco. O caso é que ele não pareceu a mesma baixa disposição que o do hatchback oferecia. Como as relações de marcha 1ª - 3,455:1, 2ª - 1,955:1, 3ª - 1,281:1, 4ª - 0,927:1, 5ª - 0,740:1, ré - 3,182:1) e de diferencial (4,357:1) são as mesmas, talvez isso se deva ao clássico fenômeno de "nada mais diferente do que dois carros iguais". Ainda que sejam do mesmíssimo modelo e versão. De todo modo, reafirmamos que tanto o Virtus quanto o Polo estariam muito melhor com um manual de 6 marchas. E também com a opção do automático, que daria aos PcD mais uma opção de escolha.

O que não havíamos notado no Polo, mas ficou evidente no Virtus, é que o MSI é bastante sensível a ventos laterais. Culpa, em boa medida, do fato de ele ser um carro leve para seu porte, mas também dos pneus mais finos do que os usados pelas versões TSI, especialmente os de aro 17. Vale lembrar que um modelo leve consome menos combustível e acelera mais rápido, duas vantagens inegáveis quando confrontadas com a questão dos ventos laterais. Em outras palavras, quando mais leve, melhor. A boa aerodinâmica do Virtus, com coeficiente de 0,315 e área frontal de 2,15 m², também ajuda o Virtus a beber menos. Pena o carro ter um assovio chato de vento acima dos 100 km/h, algo que o trabalho aerodinâmico, ou o de vedações, talvez tivesse conseguido evitar.

Dinamicamente, o novo sedã é um carro muito gostoso de dirigir. A direção tem peso correto, as trocas de marcha são suaves e a suspensão, pelo menos nessa versão, absorve bem os impactos da buraqueira nossa de cada dia. Com estrada reta e com várias faixas, não foi possível avaliar sua estabilidade em curvas, apenas dentro da pista da Goodyear. E ele se comportou bastante bem no ambiente controlado. Também freou muito bem nessas condições, com um pedal fácil de modular e de boas respostas.

Ainda que seja bom de dirigir, o Virtus se destaca mesmo é por sua proposta familiar. Seja pela nota excelente no Latin NCAP, seja pelo ótimo espaço interno. Um motorista de 1,80 m consegue ter alguém de mesma estatura sentado atrás dele e ainda sobra espaço. O mesmo se pode dizer do porta-malas, no qual a Volkswagen se orgulha de usar dobradiças "pescoço de ganso" localizadas sobre as caixas de rodas, um espaço teoricamente não utilizado. Melhor seria se o modelo usasse dobradiças pantográficas, que não ocupam espaço nenhum.

Conclusão

Pelo que custa e o que oferece, o Virtus tem grandes chances de vender tão bem quanto o Polo. Ele faz parte de um segmento que encolheu no ano passado, apesar de o mercado ter tido aumento nas vendas de 9,36% no mercado interno, segundo a Fenabrave, e de 9,2%, segundo a Anfavea. Só picapes grandes, SUVs e hatchbacks pequenos tiveram o que comemorar. Sorte do Polo e azar dos concorrentes do Virtus, que terão de disputar um espaço cada vez menor, ainda que expressivo, com um rival completamente novo e de preço competitivo.

Avaliação Profissional KBB
4 de 5
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