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Fordlândia: o ousado (e fracassado) sonho da Ford no coração da Amazônia

Nos anos 1920, Henry Ford tentou criar uma cidade na Amazônia para produzir borracha. O projeto, chamado Fordlândia, acabou virando um dos maiores fracassos da indústria automotiva.

Fundação e objetivo

Fordlândia foi fundada no final da década de 1920, com início em 1928, por Henry Ford. O objetivo principal do projeto era garantir a produção própria de borracha natural para a fabricação de pneus e peças automotivas, quebrando o monopólio britânico e holandês nas plantações do Sudeste Asiático. A Ford estabeleceu uma plantação de seringueiras em mais de 20.000 hectares na região da Amazônia brasileira, às margens do rio Tapajós, no estado do Pará. 

A intenção era criar uma cidade no meio da selva amazônica, uma cidade operária completa que refletisse o estilo de vida americano ("american way of life") para os trabalhadores, especialmente os americanos que lá viviam. 

 

Estrutura e organização da cidade 

Fordlândia contou com uma infraestrutura planejada com hospitais, escolas, piscina comunitária, lojas, restaurantes e até uma sala de entretenimento. As casas pré-fabricadas vieram de Michigan, formando o bairro chamado "Villa Americana", onde os funcionários americanos residiam. 

Caminhos de concreto iluminados por lamparinas davam acesso às instalações. Materiais e móveis chegavam por barcos pelo rio Tapajós. 

A empresa tentou impor hábitos culturais e sociais americanos tanto para moradores americanos quanto para os trabalhadores brasileiros, controlando diversos aspectos da vida dos empregados, da saúde ao lazer. 

Desafios e problemas enfrentados 

A cidade enfrentou vários problemas graves: 

  • Condições climáticas adversas: calor e umidade insuportáveis na floresta amazônica. 

  • Conflitos sociais e culturais: a tentativa de impor o estilo de vida americano gerou resistência e revoltas. Em 1930, houve uma violenta greve de trabalhadores que obrigou os diretores americanos a fugirem pelo rio. 

  • Baixa produtividade na plantação de seringueiras, agravada pela falta de conhecimento dos trabalhadores locais e infestação por pragas. 

  • Problemas de logística e transporte em um ambiente extremamente difícil de domar. 

  • Comida de má qualidade servida aos trabalhadores, causando insatisfação. 

Declínio e abandono 

O projeto Fordlândia foi oficialmente abandonado na década de 1940, com o encerramento formal da operação pela Ford em 1945. Dois fatos principais deram fim ao sonho: 

  • O avanço da borracha sintética, que tornou a borracha natural economicamente menos viável. 

  • A inviabilidade de dominar os elementos naturais da Amazônia, que se provaram implacáveis. A tentativa de replicar um pedaço dos Estados Unidos no meio da floresta falhou devido ao clima, doenças e dificuldades logísticas. 

Atualmente, a cidade é um conjunto de ruínas e vive cerca de 2.000 habitantes, entre descendentes dos antigos trabalhadores e novos migrantes que praticam agricultura e pecuária. 

Principais instalações da Fordlândia 

  • Serraria: ainda está de pé e foi usada para tratamento da madeira. 

  • Torre de água: feita em Michigan com cerca de 50 metros, símbolo da cidade. 

  • Hospital: moderno para a época, onde os moradores recebiam atendimento gratuito. 

  • American Village (Villa Americana): área residencial dos americanos, com casas pré-fabricadas. 

  • Oficina (Workshop): local de manufatura de peças das máquinas usadas na região

Curiosidades 

  • Henry Ford nunca visitou Fordlândia pessoalmente. 

  • A empresa pagava bem os trabalhadores e adotava práticas trabalhistas como controle de ponto e jornada de oito horas. 

  • Fordlândia foi vendida de volta ao governo brasileiro com grande prejuízo à empresa. 

 

Essa é a história, estrutura, desafios e legado da Fordlândia, a cidade industrial planejada por Henry Ford no coração da Amazônia e que acabou marcada como um emblemático fracasso industrial e cultural. 

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