Depois de começar a vender o Mirai, a Toyota está empolgada com a ideia de ter mais veículos com pilhas a combustível. Além de ser signatária do Hydrogen Council, uma iniciativa multimarcas para viabilizar o uso do gás em automóveis, a empresa apresentou nesta quarta (18) dois conceitos que usam pilhas a combustível e, portanto, o hidrogênio como insumo. O mais interessante deles é o Fine-Comfort Ride, uma minivan para 6 pessoas que a Toyota misteriosamente chama de sedã. O mais próximo da produção em série é o Sora, um ônibus para 79 pessoas (incluindo o motorista) que poderá ser usado nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
O Fine-Comfort Ride tem 4,83 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,65 m de altura e generosos 3,45 m de entre-eixos. Isso porque ele tem motores nas rodas, o que aumenta a massa não suspensa, mas economiza um bocado de espaço na carroceria. Cada um dos 4 motores entrega 77,5 kW (pouco mais de 105 cv), o que dá um total de 310 kW (421 cv). Com essa potência à disposição, o conceito atinge a máxima de 220 km/h, vai de 0 a 100 km/h em 5,4 s e tem uma autonomia de cerca de 1.000 km com os tanques de hidrogênio cheios.
O formato de diamante da carroceria seria um dos elementos para que ele tenha um excelente coeficiente aerodinâmico de 0,27, comparável ao dos modelos mais aerodinâmicos à venda hoje no mundo. E todos eles são bem mais baixos e mais longilíneos do que o conceito da Toyota. O interior comporta 6 passageiros por causa do arranjo inusitado dos bancos, semelhantes a cadeiras de barbeiro, nas duas primeiras fileiras, e ao estilo de um sofá na terceira. Como o modelo conta com tecnologia autônoma, o banco do motorista pode ser virado para trás, transformando a cabine em uma sala de estar. A tecnologia autônoma da Toyota, aliás, é chamada de Mobility Teammate Concept. Com inteligência artificial, ela não só conduz o carro, quando for preciso, mas também monitora se o motorista precisa de ajuda.
Com um tempo de reabastecimento de hidrogênio de menos de 3 minutos, o Fine-Comfort Ride agrupa seus tanques sob a carroceria, na parte do assoalho. A Toyota não informou a capacidade deles. As pilhas a combustível ficam na parte da frente, em um compartimento semelhante ao que hoje usamos para os motores na maioria dos veículos.
O nome do veículo, Fine-Comfort Ride, tem uma explicação no mínimo curiosa. Fine seria a sigla de "Future IN Electrified Vehicle", mas, se pensarmos bem, ele deveria se chamar "FINEV"... Comfort Ride é o plano da marca para um automóvel premium, literalmente de um veículo confortável.
Com relação ao Sora, ele é um ônibus relativamente compacto, com 10,5 m de comprimento. Para efeito de comparação, um ônibus urbano padrão tem em torno de 13 m. Ele tem 10 tanques, para um total de 600 litros de hidrogênio armazenados a 700 bar. Eles alimentam pilhas de combustível de 114 kW, que geram energia elétrica para dois motores de 113 kW (154 cv), um para cada eixo. O torque de cada um deles é de 34,2 kgfm. Além de ajudar no transporte, o Sora (sigla de Sky, Ocean, River e Air) pode fornecer energia elétrica para edifícios em situações de emergência. Sua capacidade de 235 kWh pode manter um destes edifícios com luzes acesas por 6 horas seguidas durante 5 dias.