Desde o final de 2015 já se falava nele, mas finalmente aconteceu. Depois de anos de desenvolvimento, nasceu o Micro-Mobility Microlino. Um carro que, de nome, não te lembrará absolutamente nada, mas que qualquer imagem será facilmente reconhecível. Tudo porque ele se inspira em um ícone automotivo, o Isetta, carrinho-bolha dos anos 1950 que, fabricado sob licença, foi o primeiro automóvel produzido no Brasil, o Romi-Isetta. E que também inspirou outras criações recentes, como o Eagle EG6330K. Carrinho com o mesmo tipo de uso que será reservado ao Microlino.
O Microlino tem 2,44 m de comprimento, 1,50 m de largura e 1,46 m de altura. A empresa não informa seu entre-eixos, o que, em se tratando de um modelo de dois lugares, acaba nem importando muito. Fiel ao modelo em que se inspirou, o Microlino tem apenas uma porta, na dianteira, e será produzido na Itália, em parceria com a Tazzari. Fabricante do Tazzari Zero, modelo que deverá ser produzido sob licença no Brasil pela Electro Motors. Com apenas 450 kg, o Microlino tem um motor elétrico de 15 kW (20 cv). Nada impressionante, ainda que o torque seja animador para um modelo tão leve: 11,2 kgfm, ou o mesmo do motor 1.3 do Suzuki Jimny, com seus 1.120 kg. O urbaninho, enquadrado na categoria L7e (a mesma dos sans permis), chega a uma velocidade máxima de 90 km/h e acelera de 0 a 50 km/h em 5 s.
A autonomia do carrinho varia. Com o pacote de baterias mais barato, de 8 kWh, ela chega a 120 km com uma carga. A mais cara, de 14,4 kWh, atinge até 215 km. A recarga, em uma tomada comum, leva cerca de 4 horas. Com um conector de Tipo 2, de alta amperagem, basta uma hora. As baterias são de íons de lítio. O porta-malas, surpreendente, comporta 300 l de bagagem. Capacidade semelhante à do VW Polo.
A produção deve ter início nos primeiro meses de 2018. Ainda que o preço oficial não tenha sido oficialmente revelado, a empresa diz que ele custará menos de € 12.000, ou cerca de R$ 50 mil. Curioso é que, quando o carro foi mostrado, a intenção era apenas mostrar do que a Micro-Mobility era capaz de fazer, segundo seu fundador, Wim Ouboter. Só que a recepção ao Microlino foi tão calorosa, com mais de 500 reservas só das pessoas que o viram em um estande, que Ouboter teve de achar uma forma de fabricá-lo, algo que ele concretizou com a parceria com Erik Tazzari, que tem 50% de participação no projeto. Alguma chance de vermos o Microlino no Brasil? Só se ele fosse convertido para poder ser normalmente emplacado. E se a Zotye e a Electro Motors se interessarem pelo urbaninho. Charme para isso ele tem de sobra.