A Jaguar tem uma história riquíssima. E sabe valorizá-la. Prova disso é a divisão Jaguar Classic, que não apenas cuida dos clássicos que ainda rodam por aí, mas também os produz. Foi o que já aconteceu com o XKSS, cuja produção total, de 25 unidades, foi inviabilizada em 12 de fevereiro 1957 por um incêndio na fábrica de Browns Lane. Ficaram faltando 9 unidades, que a Jaguar Classic tratou de construir a partir de março de 2016. Pela bagatela de £ 1 milhão cada uma. E todos foram vendidos rapidamente. A empresa fez o mesmo com o Lightweight E-Type. Agora, chegou a vez do D-Type, que deveria ter tido 100 unidades fabricadas, mas cuja produção parou na 75ª. A 76ª será a principal atração da marca britânica no Retromobile, salão de automóveis antigos realizado todo ano na França.
O D-Type começou a ser fabricado em 1954. Ele era o sucessor do C-Type, modelo com o qual a marca já havia vencido as 24 Horas de Le Mans. E era missão do D-Type continuar a vencer por lá, algo que ele cumpriu à risca. Com 3,91 de comprimento, 1,67 m de largura, apenas 1,04 m de altura e 2,29 m de entre-eixos, o D-Type pesava apenas 864 kg em ordem de marcha. O que o fazia voar com o motor XK6, um 3.4 de seis cilindros em linha herdado do C-Type, mas bem melhorado. Ganhou duplo comando de válvulas no cabeçote e três carburadores Weber DCO3 de corpo duplo, chegando a 245 cv a 5.750 rpm. Assim como o C-Type, ele foi um dos primeiros veículos do mundo a ter freios a disco nas quatro rodas.
Diz a Jaguar Classic que fará recriações perfeitas, fieis à época de construção (o que inclui o famigerado sistema elétrico Lucas, que sempre dava problemas) e carrocerias Longnose e Shortnose, ao gosto dos fregueses. Os preços não foram divulgados, mas um D-Type das antigas não pode ser comprado hoje por menos de £ 2 milhões. Mais de R$ 8 milhões. E um D-Type estalando de novo e original, ainda que recém-fabricado, não deve custar muito menos do que isso. Sorte dos 25 felizardos com essa bala toda para ter em casa uma dessas preciosidades.