A discreta apresentação da versão elétrica do Hyundai Kona pode ser vista como apenas mais uma destinada ao Salão de Genebra, mas não se engane. O que a Hyundai fará no evento suíço é significativo. Ela é a primeira empresa a colocar no mercado um SUV compacto movido a eletricidade. Pode parecer ninharia, mas tenha em mente que a Tesla ainda luta para colocar um SUV elétrico de médio porte à venda, o Model Y. E que a Kia, que pertence à Hyundai, apresentou o Niro EV, mas ele é maior que o Kona e, mais do que isso, é apenas um conceito. Junte o segmento mais quente do mercado automotivo mundial ao que é apontado como o futuro da mobilidade mundial e o que se tem é uma receita com grandes chances de surpreender. Se a Hyundai conseguir atender aos prováveis volumes de demanda que o Kona Electric deverá ter.
O Kona Electric, também chamado de Kauai em Portugal, tem 4,18 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,57 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. É 1 cm mais comprido do que o com motores a combustão, provavelmente por conta da nova dianteira, fechada, já que o elétrico não precisa de radiador. Obviamente, em vez dos motores a gasolina (1.0 T-GDI, de 120 cv e 17,5 kgfm, 1.6 T-GDI, de 177 cv e 27 kgfm, e 2.0 aspirado, com ciclo Miller, de 149 cv e 18,3 kgfm) e diesel (1.6), o Kona Electric tem duas opções de trem de força: um elétrico de magnetos permanentes de 204 cv, com pacote de baterias de polímeros de íons de lítio com 64 kWh de capacidade, e um de 135 cv, com baterias de 39,2 kWh. Nos dois casos, o torque é de 40,3 kgfm e a velocidade máxima é de 167 km/h, mas o primeiro tem autonomia de até 470 km e tempo de aceleração de 0 a 100 km/h em 7,6 s. O segundo percorre um máximo de 300 km e vai de 0 a 100 km/h em 9,3 s.
Com o compartimento para armazenar seu cabo de carregamento, o porta-malas é de 332 l. Sem ele, o espaço cresce para 373 litros. Isso mostra como a plataforma do Kona já foi pensada para usar eletricidade. O porta-malas, que no modelo a combustão tem 361 l, não só não é comprometido como fica até levemente maior. Além de ter torque de V8 e desempenho de esportivo, o Kona Electric deve ser bom de guiar por ter seu peso, o das baterias, concentrado no assoalho, o que reduz o centro de massa do veículo.
A Hyundai não fala exatamente quando o Kona Electric começará a ser vendido na Europa, mas apostamos que será em questão de algumas semanas a partir do Salão de Genebra. Vale ficarmos atentos. Afinal de contas, o Kona será vendido também no Brasil. E pode, por que não, chegar aqui também em sua versão mais interessante.