Não ficaremos surpresos se você nunca tiver ouvido falar na HK. Essa sigla, de Hybrid Kinetic (ou de Hong Kong, sede da fabricante), esconde uma empresa que promete ser revolucionária. Não só por ser uma das pioneiras na produção de grafeno, mas por incorporá-lo a suas baterias, as que moverão seus modelos, e por adotar uma microturbina para gerar energia para essas baterias, que alimentarão potentes motores elétricos em seus veículos. A cereja do bolo é que o estilo foi criado pela Pininfarina. Como o do HK GT, conceito que será revelado no Salão de Genebra, em março, e que promete antecipar o esportivo da marca.
O HK GT ainda não teve muitos detalhes revelados. Querendo fazer suspense, a Pininfarina só divulgou que ele terá desenho elegante e o mesmo esquema de seus irmãos: baterias, motores elétricos (um para cada eixo, provavelmente), controladores eletrônicos e um extensor de autonomia, que é o grande pulo do gato da empresa. Pelas imagens divulgadas, o interior parece ser bastante agressivo, ainda que fugindo do padrão de bancos individuais.
O primeiro modelo apresentado pela HK e pela Pininfarina foi o H600. O sedã, com 5,20 de comprimento, 2 m de largura, 1,49 m de altura e porta-malas de 500 l. Mesmo feito todo de alumínio, seu nível de luxo joga seu peso em altos 1.870 kg. Mas o que realmente impressiona nele é o conjunto mecânico. Com dois motores elétricos, um em cada eixo, ele tem à disposição 816 cv. Suficientes para fazê-lo acelerar de 0 a 100 km/h em 2,9 s e para uma velocidade máxima de 250 km/h, provavelmente limitada eletronicamente.
Apesar de elétricos, os modelos da HK não precisarão ser recarregados em nenhuma tomada, o que acaba eliminando a possibilidade de usá-lo ligado a um smart grid, mas tem suas vantagens. Basta abastecer seu tanque com qualquer combustível (gasolina, diesel, etanol, biodiesel ou até óleo de cozinha), inclusive com gás natural, e deixar a microturbina funcionar como um gerador. Segundo a HK, a turbina tem uma alta eficiência energética (40%), 20 mil horas de funcionamento ininterrupto sem necessidade de manutenção (o equivalente a mais de 2 anos), baixo nível de ruído (65 dB a 10 m do motor) e 82 cv. Usada apenas como extensor de autonomia, a microturbina, que tem apenas 40 peças, duraria mais de 30 anos. E daria ao H600 autonomia de mais de 1.000 km. O vídeo abaixo mostra um pouco como esse sistema "Nissan e-Power" de luxo funciona.
Além do H600, a HK já mostrou também os SUVs K550 e K750, respectivamente de 5 e de 7 lugares. Eles devem ser os primeiros a ser fabricados, conforme a marca adiantou em 2017. Segundo ela, a Pininfarina será responsável por desenvolver um veículo em 46 meses por € 65 milhões. Contando do final de fevereiro do ano passado, quando o anúncio foi feito, isso dá um lançamento previsto para dezembro de 2021. O primeiro HK será fabricado em pré-série pela Pininfarina e, se tudo der certo, a produção passará para a China.
Em março conheceremos mais detalhes do HK GT. Se ele for tão bonito quanto os irmãos, e for além das atuais promessas e conceitos, será mais um prego no caixão dos motores a combustão como os conhecemos. E outro tijolinho em direção a uma mobilidade elétrica, ambientalmente correta e, ainda assim, divertida e luxuosa.