No último dia 9 de março, o grupo SHC, do empresário Sergio Habib, solicitou à PSA o encerramento da operação comercial entre as companhias. Em outras palavras, o homem que resolveu importar os Citroën para o Brasil, logo que a proibição de importação caiu, em 1990, que foi seu presidente de 1998 a 2008 e que foi também o maior concessionário Citroën do mundo, com 44 revendas, encerrou uma parceria de 28 anos pelas vendas descendentes da marca francesa no mercado brasileiro. A amigos, Habib confidenciou que se cansou de perder dinheiro.
No lugar das 14 revendas PSA que deixará de ter, o grupo SHC fará revendas da JAC, marca que Habib também representa no país. A marca chinesa, depois de um período duríssimo enfrentado pelas restrições criadas pelo Inovar-Auto e pela recessão econômica, que restringiu o crédito justamente a modelos baratos e bem equipados, como os que ela vendia, começa a se recuperar com as vendas de crossovers e SUVs, como o T40 e o T5. Citroën, por outro lado, não tem produtos novos há anos, vivendo de reestilizações, com a que o C4 Lounge sofreu recentemente.
Com o fim da relação comercial, a Citroën perde, de uma vez, 12 de suas 108 concessionárias. A Peugeot, apenas 2 de suas 106, ficando subitamente com uma rede maior que a da irmã de PSA: 104 contra 96. Em comunicado oficial enviado ao Uol Carros, que divulgou a notícia em primeira mão, a PSA minimiza a questão dizendo que, "É importante ressaltar que, uma vez encerradas as operações comerciais do grupo SHC conosco, nossos clientes continuarão sendo atendidos normalmente por outros pontos de nossas marcas nas praças onde ele hoje atua". Mas, diante de um cenário de crescimento de mercado em que só a Citroën perde espaço, é evidente o lado para o qual a corda arrebenta. A PSA precisa urgentemente de novos produtos, como o C4 Cactus e o novo compacto criado sobre a plataforma CMP para subistituir o defasado C3.