Apesar de ser chamado de C4, como os modelos médios da Citroën, o C4 Cactus é um parente próximo do Citroën C3. Ambos são fabricados sobre a plataforma PF1, compacta, que também serve aos modelos C3 e AirCross, além dos Peugeot 208 e 2008. É por isso que o modelo, cuja reestilização foi mostrada nesta quinta (27), será fabricado em Porto Real, no Rio de Janeiro, de onde também saem os modelos citados. Com 2,60 m de entre-eixos, ele pretende unir duas outras receitas francesas, ambas da Renault: um carro espaçoso, mas de preço acessível (a dupla Sandero e Logan) e o estilo aventureiro (como o do Kwid).
O novo C4 Cactus abandonou o estilo inusitado de sua primeira versão em prol de algo mais convencional, bem em linha com o que a marca já apresentou com o novo C3 AirCross. Dianteira e traseira mudaram bastante, assim como as laterais, que perderam os famosos "air bumps", bolsas de ar que protegiam as portas de pequenas batidas. O interior também mudou, especialmente por conta da adoção de novos bancos, chamados de Advanced Comfort. Dos quais a gente fala mais adiante. Por ora, o legal é ver as mudanças, neste vídeo fantástico que a Citroën criou para mostrar todas as modificações.
O C4 Cactus tem 4,17 m de comprimento, 1,71 m de largura, 1,48 m de altura e os 2,60 m de entre-eixos que já mencionamos. O porta-malas comporta 358 l de bagagem, o que lhe confere o título de maior porta-malas entre os hatchbacks compactos. Com relação a motores e câmbios, ele é equipado apenas com o 1.2 de 3 cilindros Pure Tech. Na Europa, este motor rende 82 cv com gasolina e é casado com uma transmissão manual de 5 marchas. Por aqui, ele chega a 84 cv com o mesmo combustível e a 90 cv com etanol. Ele também tem versões mais fortes, todas equipadas com versões turbinadas do motorzinho. Uma de 110 cv, com câmbio manual de 5 marchas e automático de 6, e uma de 130 cv, só com câmbio automático.
Mas o que mais deve chamar a atenção é o sistema Progressive Hydraulic Cushions e os bancos Advanced Comfort. Quando a Citroën tirou de linha sua suspensão hidropneumática, muitos acreditaram que o rodar de tapete voador havia se perdido para sempre. Os dois equipamentos são uma resposta a estes receios.
O Progressive Hydraulic Cushions, é como o próprio nome em inglês diz, um sistema hidráulico progressivo. Ele usa dois batentes hidráulicos incorporados ao próprio amortecedor do modelo. Em outras palavras, ele se encaixa perfeitamente em uma suspensão convencional, como as pseudo McPherson dianteiras e a por eixo de torção na traseira adotadas pelo C4 Cactus.
Em condições normais, estes amortecedores são mais confortáveis que os comuns, minimizando os balanços da carroceria. Quando a suspensão chega ao final de seu curso, os batentes hidráulicos progressivos minimizam a pancada tanto na compressão quanto na extensão do pistão.
A nova suspensão é bastante ajudada pelos novos bancos Advanced Comfort, que usam espumas especiais, de memória. O segredo foi compor os bancos por muitas camadas diferentes de espuma de poliuretano, viscoelástico e espuma com textura e fazê-los ter a durabilidade necessária para um automóvel.
O novo C4 Cactus começa a ser vendido na Europa no primeiro trimestre de 2018. Mesmo ano em que ele deve ser lançado por aqui, segundo nossos amigos do site Autos Segredos. Resta torcer para que o modelo chegue ao Brasil também com as novas tecnologias de conforto. Se pensarmos que os modelos feitos sobre a plataforma PF1 não vêm nem mesmo com as barras de proteção laterais que recebem na Europa, assim como o Ford Ka, talvez isso esteja meio fora de alcance.