Antes de a Citroën lançar sua minivan da linha Xsara, em 1999, só quem havia se sentado em um Picasso era algum milionário maluco e disposto a destruir obras de arte. Tudo porque a marca francesa licenciou o nome do famoso pintor espanhol para suas minivans, algo que deu uma bela treta familiar, com a neta de Pablo Picasso, Marina, processando seu tio Claude em abril daquele ano por não querer ter seu nome associado a um automóvel. Seja como for, várias minivans da marca receberam a tal assinatura até que a PSA se cansou de pagar royalties e decidiu rebatizar as minivans. De agora em diante, as C4 Picasso e C4 Grand Picasso serão conhecidas como C4 SpaceTourer, nome que estreará no Salão de Genebra.
O novo nome para as minivans estará em uma série especial, chamada Rip Curl, feita provavelmente a exemplo da série recentemente lançada para o Citroën SpaceTourer. Se você está confuso, a gente explica: o SpaceTourer é um furgão para 9 passageiros apresentado em 2016. Ele é a versão de passageiros do Citroën Jumpy, lançado no Brasil em outubro do ano passado. O nome, portanto, já existe na linha Citroën. Só será difundido para as minivans da marca. Que já tiveram uma versão Rip Curl no passado.
Com isso, chegam ao fim as piadas infames sobre o nome do modelo (?) e a associação do sobrenome de Pablo Picasso a modelos da marca. Uma tradição curiosamente iniciada por ele próprio. Picasso já havia assinado um Citroën: um DS com o qual o jornalista Manuel Mejido o visitou para uma entrevista, em 1955. Para provar que até sonhava com pinturas, Picasso pintou o carro em que Mejido estava. E que nem era dele. Mejido o convenceu a assinar o "Deusa", comprou-o do amigo que o emprestou e vendeu o DS a uma galeria de arte por 6 vezes o que ele havia custado. O carro nunca mais foi visto. Se alguém ainda se senta neste Picasso, faz isso de modo bastante escondido.