O Fiat Mobi nasceu em abril de 2016. Previsto para estrear o motor 1.0 de 3 cilindros GSE, posteriormente batizado de FireFly, o Mobi acabou por receber o conhecido 1.0 Fire. O motor certo só seria mostrado em março de 2017, quase um ano depois do lançamento do subcompacto. Na época, a KBB ainda não estava no mercado brasileiro, mas o Mobi Drive é um modelo relevante de nosso mercado, dos que precisam constar de qualquer bom catálogo de avaliações. Lançado a R$ 40.650 (R$ 44.780 com o câmbio automatizado GSR), o Mobi Drive é hoje vendido a R$ 42.590, ou R$ 1.940 mais caro do que em 2016. E enfrenta a concorrência não só do VW up!, mas também do Renault Kwid. Será que ele continua a merecer a atenção do consumidor?
Você gostará do Mobi Drive se…
Quem não precisa de um carro muito grande e quer apenas um que permita estacionar facilmente, gastando pouco combustível no processo, terá no Mobi um bom companheiro. Especialmente aqueles que preferem um veículo que pareça maior do que realmente é, algo que se deve ao estilo mais robusto do Mobi.
Talvez você não curta muito…
O lado ruim do Mobi é exatamente o mesmo que pode fazer alguns optarem por ele: ser menor do que parece. Mas ele também peca por ser um modelo em que o motorista, especialmente o alto, custa a se encontrar. Se fica com uma distância confortável em relação aos pedais, o volante fica longe. Se o volante fica na posição adequada, as pernas ficam encolhidas. Se ele tivesse volante regulável em distância, o que ajudaria a resolver a questão, seria ainda mais caro do que é. Se você precisa de espaço, o Mobi definitivamente não é para você.
O que tem de novo em 2018
Do lançamento do Mobi Drive para cá, não houve nenhuma mudança relevante. Inclusive porque a linha 2019 do modelo ainda não foi apresentada.
Dirigindo o Mobi Drive
O Mobi tem uma personalidade própria em termos de estilo, mas não é injusto dizer que ele é um mini-Uno. Ainda mais quando se considera o quanto o próprio Uno já é pequeno. Só que o fato de este Fiat ser um projeto adaptado para o segmento de subcompactos tem reflexos muito evidentes em como ele se comporta e em como acomoda seus ocupantes. Especialmente o motorista.
Ajuste o banco para dirigir o modelo e a sensação que se tem é de estar permanentemente mal acomodado. Mesmo com o banco na distância ideal dos pedais, com a perna levemente flexionada ao pisar no pedal do freio, parece que falta espaço. As pernas ficam arqueadas, o banco deixa o motorista meio para fora.
Em movimento, o entre-eixos curto do Mobi faz das suas em curvas fechadas. Não é preciso estar rápido para sentir as rodas cantarem. Em lombadas, as feitas corretamente, você sente o carro, com seus parcos 2,31 m de entre-eixos, inteiro sobre o obstáculo. O que dá a dimensão de o quanto ele é pequeno.
Lançado com um motor 1.0 de quatro cilindros, ainda à venda, o Mobi foi concebido para o FireFly 1.0 que grita sob o capô da versão Drive. E o motor FireFly, ou GSE, como preferimos chamá-lo, foi concebido para durar muito e gastar pouco. Se ele dura muito ou não é algo que ainda não sabemos, pelo seu tempo curto de mercado, mas não se pode dizer que seja ébrio. Em circuito eminentemente urbano, ele fez conosco cerca de 9 km/l no etanol, o que não é nada mal.
Uma das vantagens dos motores 1.0 de 3 cilindros é o ronco bacana que eles emitem (e que dá a impressão de que a velocidade é mais alta do que a verdadeira) e a resposta mais pronta que a dos antigos motores de 4 cilindros de mesma capacidade. Diz a Fiat que o GSE tem apenas 6 válvulas, uma de admissão e uma de escape para cada cilindro, por uma questão de custo, obviamente, e também de fluxo de ar. Mas não é isso que se sente a partir de umas 4.000 rpm. Daí em diante, o motor perde rendimento de um jeito que é melhor reduzir logo a marcha em vez de esticar.
Sacadas inteligentes
Algo que a própria Fiat destacou no lançamento do Mobi, mas que não surtiu o efeito desejado, foi o sistema de som Live On, que usa o smartphone no lugar de uma central multimídia. Haverá quem o ache uma grande sacada, mas nós não gostamos. Ele expõe o celular, pode fazer com que você o esqueça no carro e, caso prefira não conectar o smartphone, deixa você com opções limitadas de controle do rádio. Ele seria a sacada inteligente do Mobi, mas não é. E não há nenhuma outra sacada que valha a pena destacar.
Detalhes do Mobi Drive
Interior
Apesar do bom acabamento, com plásticos de boa qualidade, sem rebarbas, o interior do Mobi é espartano. Lembra muito o do Uno, com pedaços aparentes da carroceria e nada de materiais suaves ao toque. Nem poderia ser diferente em um modelo de entrada.
Exterior
O estilo robusto, que lhe valeu o apelido de Storm Trooper, e a tampa traseira de vidro, que esconde um porta-malas de apenas 215 litros, ainda fazem o Mobi parecer moderno. Tanto que o Argo é chamado de "Mobão" pela semelhança que tem com o irmão menor e mais antigo. Como já dissemos, é um conjunto de elementos, como vincos fortes e frente parruda, que fazem o subcompacto parecer maior do que é.
Equipamentos
Mesmo sendo uma das versões mais caras do Mobi, a Drive traz de série apenas ar-condicionado, direção elétrica com função City, que o torna ainda mais leve para manobrar, vidros elétricos apenas dianteiros, limpador e desembaçador do vidro traseiro, computador de bordo e travas elétricas nas quatro portas. E só. Sistema de som, mesmo o Live On, só sob encomenda.
Sob o capô
O motor 1.0 GSE é elogiável. Construído em alumínio, traz tecnologias como o CVCP (Continuously Variable Cam Phaser), que, aplicado ao comando único de válvulas de admissão e escape, permite que ambas variem. E que o motorzinho de 3 cilindros funcione com ciclo Atkinson (ou Miller, como a Fiat prefere chamá-lo) em situações de carga baixa. Isso permite que ele renda 77 cv a 6.250 rpm (E) ou 72 cv a 6.000 rpm (G) e que tenha torque de 10,9 kgfm (E) ou 10,4 kgfm (G) a 3.250 rpm. Concebido no Brasil, ele é um dos melhores motores do segmento.
Sobre o preço
O Mobi Drive, a R$ 42.590, é mais apertado, mais pesado e menos equipado do que o Renault Kwid Zen, vendido a R$ 36.740. São quase R$ 6.000 de diferença em um segmento extremamente sensível a preço. Mesmo os preços efetivamente praticados, apontados pelo Preço KBB™, não ficam muito atrás disso, com uma média de R$ 40.886. Não há muito o que falar sobre eventuais qualidades do Mobi diante de algo desta dimensão. Quem o compra é o fã da marca Fiat atrás de um segundo carro para a família. Ou alguém colocado diante de alguma oferta irrecusável que, como o Preço KBB™ revela, não é assim tão frequente.
Ficha técnica
Modelo | Fiat Mobi Drive |
Motor | dianteiro, transversal, de três cilindros, 999 cm³, com comando variável na admissão e no escape |
Potência | 77 cv a 6.250 rpm (E) ou 72 cv a 6.000 rpm (G) |
Torque | 10,9 kgfm (E) ou 10,4 kgfm (G) a 3.250 rpm |
Câmbio | Manual, de 5 marchas |
Tração | Dianteira |
Freios (d/t) | Discos sólidos / tambores |
Suspensão (d/t) | Independente, McPherson / Eixo de torção |
Dimensões (C/L/A) | 3,57 m / 1,63 m / 1,50 m |
Entre-eixos | 2,31 m |
Peso | 945 kg |
Porta-malas | 215 litros |