Depois de ter revelado que o Volvo XC90 não matou nem uma pessoa sequer no Reino Unido desde que surgiu, em 2002, a Thatcham Research foi atrás dos sistemas semi-autônomos de condução. E mostrou em um vídeo mais do que ilustrativo por que é tão perigoso confiar na tecnologia nessa altura do campeonato. Ainda no chamado nível 2 de autonomia, os veículos que oferecem estes sistemas não podem deixar de ser monitorados, como acidentes recentes com veículos da Tesla escancaram para quem não acreditou na palavra da fabricante americana de elétricos.
Dedicada à segurança no trânsito, assim como a Latin NCAP, a Thatcham Research apelou para seu diretor de pesquisa, Matthew Avery, para realizar a demonstração. O executivo destaca que o que existe hoje são sistemas de assistência ao motorista, não de direção independente. E mostra como um Tesla Model S, acompanhando um carro à sua frente, não freia a tempo de evitar uma forte colisão se este carro desvia de outro, parado, na mesma faixa.
O vídeo mostra também modelos de outras marcas, como BMW e Mercedes-Benz, e ressalta que, enquanto o Tesla se vira bem nas curvas, o BMW só se guia de forma segura em trechos retos. Nas curvas, ele acaba "comendo faixas", algo que também pode causar graves acidentes.
Muita gente hoje, inclusive a Thatcham Research, cobra da Tesla a mudança do nome de seu sistema de direção semi-autônoma, chamado de Autopilot. Algo como "piloto automático". Vale ressaltar que a Tesla sempre afirma que o sistema é só um auxílio e dispõe de sistemas de controle para checar se o motorista continua atento ao tráfego.
Segundo o povo que protesta, o nome dá a ideia errônea de que o sistema é totalmente autônomo. Balela. Se fosse assim, todo mundo que chama controlador de velocidade de "piloto automático" no Brasil já teria ido desta para melhor, piorando ainda mais nossas estatísticas vergonhosas de acidentes de trânsito. Ao tentar proteger demais os motoristas, essas entidades acabam por chamá-los de idiotas, o que muitos evidentemente são, e penalizam as fabricantes que buscam desenvolver a tecnologia. É muita babá para pouca gente adulta o suficiente para assumir responsabilidade por seus atos. Especialmente o de dirigir.