Quando Carlos Ghosn disse que a Renault teria um elétrico baratíssimo para a China, baseado no Kwid, e que ele seria vendido no Brasil, a estratégia estava clara. Além de o executivo apostar na eletrificação do automóveis, a medida era algo necessário para o maior mercado do mundo. Repleto de megalópoles com mais de 30 milhões de habitantes e com sérios problemas de poluição concentrada nestes lugares, a China vai estimular fortemente a fabricação e venda de elétricos. Foi por isso que a Ford se associou à Zotye. Que a Volkswagen se juntou à JAC para vender o SOL E20X, nada mais que um T40 elétrico. E que a Renault, depois de querer vender o K-ZE, o Kwid elétrico, na China, também comprar participação acionária na JMCG. De olho na JMEV, a divisão 100% elétrica da JMCG.
Criada em 2015, a JMEV vendeu em 2017 mais de 38 mil unidades de elétricos. E espera chegar aos 50 mil em 2018, um crescimento nada desprezível de 24%. Com a parceria, que deve resultar em uma nova joint-venture, a Renault espera ampliar sua participação no crescente mercado elétrico chinês, já bastante desenvolvido. Em Xangai, a quantidade de elétricos nas ruas impressiona, inclusive com ônibus urbanos com a solução. É um naco deste segmento que a Renault pretende conquistar. E o Renault Kwid elétrico é apenas uma pequena parte do plano para isso.