Quando apresentou o Argo, em maio de 2017, a Fiat tinha a expectativa de que ele chegaria ao topo do mercado por conta própria. Achava então que ele tinha méritos suficientes para custar mais caro do que Hyundai HB20 e Chevrolet Onix. Contava também com a força de suas muitas concessionárias. Não correu como o planejado. Seis meses depois do lançamento, o Argo ainda luta para se estabelecer. Só em setembro ele chegou à 10ª posição em vendas, mas, no acumulado do ano, amarga o 34º lugar, com 13.163 unidades vendidas. E não é questão de tempo de mercado. O Kwid, lançado em agosto, está imediatamente à frente do Argo, em 33º, com 13.603 carros já nas ruas. Isso explica o lançamento do "Desafio Argo", que, entre outras coisas, dá aos compradores do carro 3 anos de revisões gratuitas.
No site da promoção, o escolhido para garoto propaganda, que também atua no rádio e provavelmente na TV é o ator Lázaro Ramos. E ele convida os clientes a agendar um test drive que não tem meias palavras: compara o Argo ao Chevrolet Onix e ao Hyundai HB20 em uma avaliação ao vivo. Em outras palavras, os clientes são convidados a dirigir os três modelos. E a comparação não se limite às impressões ao dirigir, mas também a dados técnicos, apresentados pelo site.
O Argo é comparado aos rivais em todas as suas 3 motorizações: 1.0, 1.3 e 1.8. E traz alguns itens que jogam com o conhecimento do comprador, como "direção elétrica". Todos os três modelos trazem direção assistida, mas a do HB20 é hidráulica e não elétrica, menos eficiente em termos de consumo de combustível, mas não a ponto de tornar o Hyundai menos confortável. Também faltam informações, como sobre as revisões. Os valores apresentados são exatamente os que o Desafio Argo pretende oferecer gratuitamente, ou seja, todas as 3 primeiras revisões do carro.
Quando se fala das versões "automáticas", a Fiat insiste em chamar o câmbio GSR, um automatizado de embreagem simples, como automático (note o AT ao lado do nome do carro). Só o HB20 e o Onix trazem transmissões verdadeiramente automáticas, com conversor de torque. Essa seria claramente uma desvantagem do Fiat. E a marca não menciona, em momento nenhum, os preços do Argo diante dos dos concorrentes. O Hyundai HB20 1.0 parte dos R$ 43.300. O Comfort Plus, versão mencionada no comparativo, custa R$ 46.570, menos do que os R$ 46.800 do Argo 1.0. Com central multimídia, o Hyundai é vendido por R$ 48.120, contra R$ 49.100 do Argo.
O mesmo acontece com o Chevrolet Onix. Em sua versão Joy, ele é vendido a R$ 41.990. Na LT, a mencionada pelo comparativo do Desafio Argo, por R$ 46.390, mas é encontrado nas revendas por valores entre R$ 43.406 e R$ 44.776, segundo o Indicador de Preço KBB™.
O que mais interessa ao consumidor, porém, é o estímulo que a Fiat pretende dar aos que se decidirem pelo Argo: as revisões gratuitas. Somando as três, ele é de R$ 1.044 no caso do Argo 1.0 (o que deixaria seu preço efetivo em R$ 45.756, contra os R$ 46.800 regulamentares. No caso dos 1.3, de R$ 1.160. Isso faz o 1.3 manual ter um custo efetivo de R$ 52.740, em vez de R$ 53.900, e o 1.3 GSR, R$ 57.740, contra R$ 58.900. Com relaçãos às versões 1.8, o desconto é de R$ 1.292. O que nos leva a valores de R$ 60.508, contra R$ 61.800 do Precision; R$ 66.508, contra R$ 67.800 do Precision AT6; R$ 63.308, contra R$ 64.600 do HGT; e R$ 69.308, contra R$ 70.600 do HGT AT6.
A promoção seria excelente se os preços do Argo fossem iguais ou mais baixos que os dos concorrentes. Como são mais altos, a dica é os clientes chorarem bons descontos na negociação. E fazerem muito bem as contas para ver se a compra nesta promoção, que vai de 19 de outubro a 5 de novembro, compensa.
