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Avaliação KBB™ - Fiat Argo Drive GSR

Câmbio automatizado é conveniente, mas prejudica desempenho do motor 1.3 do hatch da Fiat

Nós já trouxemos a você a avaliação da versão manual do Fiat Argo, equipado com o mesmo motor. Se você perdeu, não se preocupe: o link está aqui. Na ocasião, destacamos que o Argo é a principal arma da Fiat para voltar a brigar pelo topo das vendas no mercado. Com a iminente chegada do Cronos, a versão sedã do hatch, a Fiat vai completar seu arsenal para, ao menos, brigar em melhores condições com a Chevrolet (que hoje domina com o modelo mais vendido e como marca de automóveis de mais sucesso no país). 

Contudo, sabemos que o Argo ainda não é nenhum fenômeno de vendas. O modelo fechou 2017 na 22ª posição no ranking da Fenabrave, com 27.925 unidades vendidas no período. Ou seja, ainda há um longo caminho para a Fiat percorrer com o Argo se quiser transformá-lo num queridinho do mercado. E se no caso da opção manual da versão Drive, a mais vendida dele, a ausência de equipamentos de segurança importantes poderia ser apontado como um dos entraves do hatch, a automatizada GSR corrige esta falha, mas não sem cobrar um preço.

Como qualquer outra caixa robotizada de uma embreagem, a solução da Fiat deixa a desejar em fluidez dinâmica (agilidade e inteligência nas trocas de marcha) em virtude da conveniência de aposentar a perna esquerda do trânsito. Isso é uma vantagem, claro, mas a comparação com o desempenho do modelo manual é inevitável, como discorreremos melhor adiante. 

Você gostará do Fiat Argo Drive GSR 1.3 se...

O Argo possui qualidades variadas. Desde a posição de dirigir confortável e leveza da direção na cidade até espaço para levar passageiros com conforto atrás. Tem também um porta-malas de 300 litros (bom patamar para a categoria). Com isso, o hatch consegue atender a qualquer necessidade do seu público-alvo: solteiros ou casais jovens ou com apenas um filho que buscam um carro versátil para o dia a dia e com razoável nível de conforto para pequenas viagens. De quebra, ele ganha pontos em equipamentos, uma vez que possui retrovisores elétricos, controle de estabilidade, piloto automático, assistente de partida em rampa e central multimídia de 7'' touchscreen (Uconnect), compatível com CarPlay e Android Auto, de série. 

Fiat Argo Drive GSR 1.3

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Se você prioriza desempenho ou já teve a oportunidade de guiar um carro automático, vai perceber que a conveniência de não precisar acionar a embreagem cobra um preço alto do motor e do conforto ao guiar. Apesar de ter evoluído (e trocado de nome, de Dualogic para GSR), o câmbio automatizado deixa a desejar. 

O que tem de novo em 2018

O Argo foi lançado em 2017 e o ano de 2018 apenas começou. Logo, tudo dele ainda é inédito. A sua plataforma é derivada da MP1, que dava origem ao Punto, mas que agora ostenta materiais mais nobres, como aços de alta e ultra alta resistência no chassi, o que resulta em uma melhora de 7% na rigidez torcional da arquitetura se comparada à do hatch anterior. O modelo traz a abordagem visual apresentada pelo Mobi, sobretudo na frente, mas bebe na fonte de inspiração do Tipo europeu para entregar um estilo atraente e controverso ao mesmo tempo. Entre seus principais atributos, a moderna e eficiente família de motores Firefly e a central multimídia Uconnect são destaques, bem como o retorno da sigla HGT para designar as versões esportivas equipadas com motor 1.8 E.torQ Evo de 139 cv.  

Dirigindo o Fiat Argo Drive GSR 1.3

O Argo é um carro muito fácil de conviver. A posição de dirigir, embora até merecesse um ajuste de profundidade do volante, é correta e confortável (há ajuste de altura para o banco do motorista e para o volante). O nível de assistência da direção a deixa bastante leve para o uso urbano, mas é possível notar sua progressividade em velocidades mais altas, tornando-a levemente mais pesada, com respostas rápidas. Um ponto que merece ressalva no volante é sua empunhadura, que merecia uma pegada mais anatômica.

Se na versão manual, o motor 1.3 de 109 cv e 14,2 kgfm de torque surpreende pelo vigor, na opção com câmbio GSR essa disposição fica prejudica devido ao comportamento da caixa. Nenhuma marca conseguiu atenuar as desvantagens de um câmbio deste tipo, portanto não é uma exclusividade da Fiat oferecer uma alternativa conveniente ao consumidor que aborte um pouco o desempenho do carro. As trocas de marcha produzem solavancos que prejudicam o conforto (especialmente em velocidades baixas ou quando se recorre ao kick down) e há uma evidente demora para o câmbio entender a hora de reduzir ou avançar uma marcha. 

Fiat Argo Drive GSR

A boa notícia é que o Argo dispõe de aletas atrás do volante para trocas sequencias. E recomendamos usá-las. Com este recurso, o motorista pode antecipar os comandos para as trocas, sobretudo as reduções antes de enfrentar uma ladeira, por exemplo, que vão economizar aqueles dois segundos de indecisão do câmbio que provocam os solavancos mais acentuados. Você permite que o carro ganhe fluidez dinâmica e a dirigibilidade melhora sensivelmente em conforto e até mesmo agilidade. O nível não chega a ser igual ao da versão manual, mas as aletas ajudam bastante. 

E o interessante é que a central eletrônica permite ótimo nível de autonomia do motorista quando se aperta o botão "A/M" para assumir o comando do carro. Ela só te ajuda a reduzir uma marcha, caso você deixe o giro do motor cair abaixo das mil rotações por minutos, mas mesmo assim ela não troca o comando para automatizado, apenas realiza a redução e te mantém no controle. A única situação em que ela não vai te obedecer é se você arrancar da primeira para a segunda marcha muito rápido. Neste caso, o computador não consegue "assimilar a manobra". Mas isso não ocorre com frequência.

Outra diferença entre o Argo Drive manual e o GSR está no consumo. Segundo o Inmetro, a versão automatizada é ligeiramente menos econômica que a manual. Abastecido com etanol, o Argo GSR roda 8,9 km/l na cidade e 10 km/l em rodovias. Já com gasolina, estes números são 12,7 km/l e 14,4 km/l, respectivamente. 

Quanto ao comportamento da carroceria, o hatch não reproduz o conjunto "mole" de suspensões característico dos outros modelos populares da Fiat. O sistema transmite uma sensação de mais robustez, que contribui para sua estabilidade e controle da inclinação da carroceria em curvas, bem como a transferência de peso entre os eixos durante frenagens, considerando o padrão da categoria. Com isso, fazer curvas em velocidades mais altas é um desafio superado com surpreendente facilidade pelo Argo.

Apesar de a Fiat ter destacado o isolamento acústico da plataforma do Argo, notamos, ao dirigi-lo com os vidros fechados e sem música que ele é, na verdade, estranhamente barulhento. Há falta de refino neste aspecto e o motorista acaba ouvindo diversos ruídos na cabine, como o do combustível balançando no tanque (em frenagens ligeiramente mais bruscas) e do motor em altas velocidades e, pasme, até da fricção das pastilhas de freio. É claro que nada disso é ensurdecedor (na verdade, só o motor é capaz de incomodar a 120 km/h), mas vale o registro. 

Sacadas inteligentes

O Argo inova ao trazer a tecnologia stop-start para o segmento, uma vez que nenhum de seus principais concorrentes conta com o recurso. A central multimídia Uconnect é outra sacada que vale mencionar. Além do visual chamativo, sua interface é bastante intuitiva. O sistema é completo, com menus de mídia, configurações do veículo, informações da viagem e até bússola. 

Fiat Argo Drive GSR 1.3

Detalhes do Fiat Argo Drive GSR 1.3

Interior

Apesar de ser toda revestida de plástico rígido (com exceção dos apoios das portas, que têm tecido), a cabine do Argo esbanja um visual bastante moderno e atraente. Os materiais são charmosos e caem bem com o DNA italiano da marca. É uma pena que, ao menos na unidade avaliada, tenhamos encontrado algumas falhas de encaixe das peças, no painel (acima do quadro de instrumentos) e nas maçanetas, que exibiam folgas bem aparentes. Vale ressaltar, também, que plásticos lisos tendem a ser riscados mais facilmente, exigindo atenção redobrada do proprietário para evitar ranhuras indesejadas. 

Quanto à funcionalidade, a principal diferença entre o Argo manual e o GSR é o aproveitamento do console central. Apesar não haver alavanca de câmbio (apenas botões) o compartimento à frente do câmbio não abriga perfeitamente um celular e há apenas um porta-copo ali.  Um dos destaques recai na porta USB adicional, entre os bancos dianteiros (solução que deve ser muito bem-vinda para quem usa o carro profissionalmente). O espaço ali é confortável, com boa distância para pernas e cabeça (são 2,52 m de distância entre-eixos). Os ocupantes também se aproveitam das alças de segurança acima das janelas e de um porta-copo central. Só sentimos falta de bancos bipartidos para facilitar o acesso ao porta-malas, que tem 300 litros de capacidade. 

O computador de bordo da versão Drive merece destaque à parte. É bem completo e fácil de navegar. A tela de TFT de 3,5 polegadas traz velocímetro digital, informações sobre a bateria, configurações do veículo, consumo instantâneo e, obviamente, dados da viagem (trip A e B). O que destoa do ambiente moderno que a Fiat conseguiu criar para o Argo (considerando as duas telas digitais e o design fluido) são os comandos do ar-condionado, simples demais, embora bastante acessíveis à mão do condutor. 

Exterior

Como citamos anteriormente, o visual do Argo reflete a nova abordagem visual da Fiat, que estreou com o Mobi para os modelos menores. A grade dianteira segue o formato visto no pequenino, enquanto os faróis, vistos de frente, tentam emular a silhueta vista na Toro. Mas a grande influência do hatch vem da Europa, com o Tipo. O capô e principalmente a traseira são instantaneamente conectados ao modelo do vendido no Velho Continente. Aliás, as lanternas são os pontos mais marcantes do Argo, com visual bem estilizado. O logo "FIAT" avantajado no porta-malas é outra semelhança com a picape.

Equipamentos

A versão Drive GSR do Argo já vem de série com direção elétrica, ar-condicionado, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, piloto automático, retrovisores com ajuste elétrico, central multimídia Uconnect, stop-start, computador de bordo digital com tela de 3,5 polegadas, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, duas entradas USB, ganchos Isofix, cintos de três pontos atrás, banco do motorista e volante com ajuste de altura e volante multifuncional.

Fiat Argo Drive GSR 1.3

Sob o capô

O motor 1.3 Firefly faz parte da família global de motores lançada pela Fiat em 2016. Ele gera 109 cv de potência a 6.250 rpm e 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm, abastecido com etanol, e 101 cv a 6.000 rpm e 13,7 kgfm com gasolina. Com 13,2:1 de taxa de compressão (a mais alta do segmento), duas válvulas por cilindro (8V) e apenas um comando (por corrente), o motor consegue reproduzir parte do ciclo Miller em baixas rotações para reaproveitar os gases queimados na câmara de combustão, a fim de reduzir as perdas por bombeamento e dar maior eficiência. Bloco e cabeçote são feitos de alumínio e ele dispensa o tanquinho de gasolina devido à tecnologia de aquecimento dos bicos injetores.

Sobre o preço

A versão Drive GSR do Fiat argo custa R$ 5 mil a mais que a manual, ou seja, parte de R$ 58.900. O valor é equivalente à configuração completa da manual, incluindo os opcionais, que sai por R$ 58.400, mas, vale lembrar que o controle de estabilidade e assistente de partida em rampa estão indisponíveis na versão manual. Portanto, a diferença de preço entre elas acaba sendo compensada pelo nível de equipamentos de série da GSR.

Frente aos concorrentes de outras marcas, o mais próximo em preço do Argo é o Hyundai 1.6 automático na versão Comfort Plus com a central multimídia Bluemedia. O sul-coreano parte de R$ 59.430 nesta opção, mas, embora não tenha o importante controle de estabilidade, ao menos é equipado com um câmbio automático e motor mais potente. O Chevrolet Onix 1.4 automático é R$ 1.400 mais barato que o Argo GSR e também tem a seu favor um câmbio automático convencional, mas seu desempenho é similar ao do Fiat e, assim como o Hyundai, falta controle de estabilidade. 

Ficha técnica

Modelo Fiat Argo Drive 1.3
Motor 1.3, 8V, tricilíndrico, dianteiro, transversal
Potência E: 109 cv a 6.250 rpm | G: 101 cv a 6.000 rpm
Torque E: 14,2 kgfm | G: 13,7 kgfm a 3.500 rpm
Câmbio Automatizado, 5 marchas
Tração Dianteira
Freios (d/t) Discos ventilados / tambores
Suspensão (d/t) McPherson / eixo de torção
Dimensões (C/L/A) 4,0 m / 1,72 m / 1,50 m 
Entre-eixos 2,52 m
Peso 1.140 kg
Porta-malas 300 litros

Para descobrir quanto andam pagando por este carro, veja o Preço KBB e a Faixa de Preço KBB. 

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Avaliação Profissional KBB
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