Não são apenas os fabricantes estabelecidos no Brasil que andam de olho nas picapes. Os importadores também percebem grande potencial de vendas no segmento. Que o digam a JAC, que pretende começar a vender sua picape média no Brasil ainda em 2018, e também a Ssangyong, que voltará ao mercado com a Actyon Sports de nova geração. Um modelo da velha escola, com motor diesel e chassi, a exemplo da maior parte de suas concorrentes, mas com uma proposta de mais luxo e conteúdo a um preço mais baixo.
Introdução
A Actyon Sports faz muito boa figura em termos de estilo. Cabine dupla, ela tem 4,99 m de comprimento, 1,91 m de largura, 1,79 m de altura e um entre-eixos de 3,06 m. Sua caçamba, com volume de 1.126 litros, pode levar um volume bem razoável de carga (a capacidade total da picape é de 720 kg). E, a exemplo dos modelos mais bem-sucedidos do mercado, ela tem motor diesel.
O 2.2 de quatro cilindros da picape não é mais da Mercedes-Benz, mas sim de fabricação própria da Ssangyong. É o mesmo que nem parece ser diesel usado pelo Korando, com 178 cv a 4.000 rpm e 41 kgfm de torque entre 1.400 rpm e 2.800 rpm, casado com uma transmissão automática Aisin de 6 marchas. A tração é 4x4 selecionável, com força apenas no eixo traseiro quando ela é desligada.
Com vendas no mesmo padrão dos demais modelos da Ssangyong, a Actyon Sports terá uma versão de entrada e uma superequipada, que deverá vir com itens como ajuste elétrico do banco do motorista, partida e abertura das portas com chave remota, controle de estabilidade, central multimídia etc. Tudo ainda por definir quando o modelo for colocado à venda, em fevereiro. Com preços entre R$ 120 mil e R$ 135 mil.
Ao volante
Para quem gosta de picapes que se comportam como automóveis, a Volkswagen Amarok continua a ser a referência em comportamento dinâmico. Para os que gostam do jeito como uma picape se comporta, tipicamente, a Actyon Sports fica dentro das expectativas. Ela dobra um pouco em curvas, com uma rigidez torcional muito inferior à de carrocerias monobloco, mas nada que incomode aos que já estão acostumados a isso.
Por dentro, o painel da Actyon Sports é o que mais chama a atenção. Ele parece estranhamente familiar. Isso porque ele se parece muito com os paineis de alguns modelos da Fiat, mas é de visualização muito melhor que o painel do Korando e não sofre em nada com sol forte. Em outras palavras, não apresenta os mesmos reflexos que se nota no SUV.
Se no Korando o motor 2.2 parece nem ser diesel, na Actyon Sports isso é notável. Não só pelo isolamento acústico menos competente que o do SUV, mas pela própria estrutura da picape, com motor longitudinal em vez de transversal, eixo-cardã e tração traseira.
Em termos de espaço, o oferecido pela cabine da picape é bem razoável, mas sem nenhum brilho. Como acontece em picapes médias com chassi, os bancos traseiros são muito baixos, com pouco apoio para as coxas.
Conclusão
Seja pela aparência, seja pelo preço competitivo (a Toyota Hilux diesel mais simples começa em R$ 136.280), a Actyon Sports tem grandes chances de se dar bem no mercado brasileiro. Resta apenas saber qual será seu preço final e seu pacote de itens de série. Vale lembrar que também é preciso ver como os novos concessionários tratarão a marca, já bastante maltratada pelas idas e vindas por aqui.