A Ssangyong voltou ao mercado brasileiro pela terceira vez. Mas promete que, dessa vez, é para ficar. Talvez seja ajudada nisso por ter sido comprada pela Mahindra, empresa que lhe deu uma linha de produtos maior e mais atraente, dos quais 4 de seus atuais produtos serão vendidos no Brasil provavelmente a partir de fevereiro. Com nomes novos e outros já conhecidos, como o Korando, que dirigimos pelas estradas do interior de São Paulo.
Introdução
O Korando está em sua terceira geração, lançada em 2010. Na primeira, ele era um Jeep CJ-7 fabricado sob licença. Na segunda, já era um SUV de concepção mais moderna, mas ainda trazia uma dianteira que remetia à do Jeep. A atual abandonou todas essas referências em prol de um modelo totalmente contemporâneo.
O novo SUV médio da Ssangyong tem 4,41 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,71 m de altura e entre-eixos de 2,65 m. Medidas muito próximas das do Jeep Compass, com o qual ele deve concorrer, a não ser pelo porta-malas, de 486 l. O do concorrente tem apenas 410 l. Seu motor, exclusivamente diesel, é um 2.2 turbodiesel de 178 cv a 4.000 rpm, com torque de 41 kgfm entre 1.400 rpm e 2.800 rpm, casado com uma transmissão automática Aisin de 6 marchas.
Reestilizado em 2017, o modelo ainda mantém aparência moderna e deve vir muito bem equipado de série. No veículo que avaliamos, usado para homologação, ele trazia partida e abertura das portas com chave presencial, regulagem elétrica do banco do motorista, bancos de couro, ar-condicionado digital, controles de tração e de estabilidade e freios a disco nas quatro rodas. E coisas curiosas, com um acendedor de cigarro. O painel traz acabamento com elementos macios ao toque.
O pacote de itens de série ainda não está fechado, mas Marcelo Fevereiro, diretor de operações da SsangYong Brasil, diz que cada um dos modelos da marca será vendido em uma versão de entrada e uma topo de linha. O Korando terá valores entre R$ 135 mil e R$ 150 mil, o que dá mais ou menos a ideia de quanto se cobrará por versão. E é um valor bem competitivo, tendo em conta que o Compass turbodiesel mais barato, o Longitude, é vendido hoje por R$ 142.790.
Ao volante
A primeira coisa que chama a atenção no Korando é o silêncio de operação e a suavidade de seu motor. Você só notará que ele é diesel se entrar no carro com o carro já ligado. E, mesmo assim, ao fechar a porta, duvidará de ter ouvido certo. Especialmente se estiver dirigindo.
Acelere e o Korando ganhará velocidade com uma disposição que só se costumava ver em motores a gasolina. O alto torque torna a condução muito tranquila: basta chamar um pouco mais no pedal do acelerador para o SUV responder prontamente. A suspensão, bem acertada, dispensou ajustes para o piso brasileiro, segundo Fevereiro. E respondeu bem nas curvas fechadas da Estrada dos Romeiros, onde a empresa nos levou para avaliarmos seus produtos.
Mas nem tudo são elogios. Há uma certa dificuldade para achar a melhor posição de dirigir, já que o banco dianteiro tem pouco trilho, o que impede de jogá-lo mais para trás. Quem tiver pernas compridas ficará meio apertado. O painel de instrumentos também sofre com muitos reflexos, algo que a empresa promete corrigir na versão que será colocada à venda. Atrás, há bom espaço para as pernas, ainda que o teto seja meio baixo.
Conclusão
Depois sair e voltar por três vezes ao mercado brasileiro, a Ssangyong sabe que precisa seduzir o consumidor para que ele volte a confiar na marca. E a melhor maneira de seduzir os clientes é com preços atraentes. É com isso que a empresa deverá jogar, além de com um conteúdo respeitável, para poder fazer boa figura em termos de vendas no Brasil. Depois de avaliarmos os quatro modelos da coreana, podemos dizer que o Korando é o que tem mais chances de agradar. Se vier com o preço certo, evidentemente.