Em setembro, a Ssangyong anunciou que voltaria ao mercado no primeiro trimestre de 2018, mas não tinha dado muitos detalhes. Dois meses depois, a fabricante, representada no Brasil pelo grupo Venko, já tem algumas coisas mais bem definidas. Entre elas, o mês oficial de estreia. Será em fevereiro de 2018, com cerca de 30 concessionárias e quatro modelos logo na saída. Dois deles já conhecidos do público brasileiro: o crossover médio Korando e a picape Actyon Sports. Mas os outros dois são inteiramente novos. Falamos do Tivoli e de sua versão mais longa, o XLV, ambos no segmento dos crossovers compactos.
A estratégia da marca é vender os veículos bastante completos, todos com ajustes elétricos dos bancos, por exemplo. Mesmo os mais em conta. "Queremos concorrer em um segmento mais premium. Não exatamente o premium, como o de Audi, BMW, Volvo, mas um 'premium de entrada', digamos assim", diz Marcelo Fevereiro, diretor de operações da Ssangyong Brasil. "Outra coisa que nos ajuda é que a Ssangyong é coreana. Carros vindo da Coreia do Sul têm uma boa reputação no Brasil."
Apesar de ter a mesma origem da Hyundai e da Kia, a Ssangyong teve um caminho muito mais acidentado no Brasil. Essa é a terceira incursão da marca em nosso mercado. A primeira, de 1995 a 1998, foi pela ITC, de Barbados. A segunda, de 2001 a 2015, com a Districar, que deixou de atuar devidamente com a marca em 2013. Isso torna o caminho da Venko mais difícil, mas a empresa tomou diversas medidas para recuperar a confiança dos clientes. "Primeiro, o nosso contrato é de 10 anos, o que mostra a seriedade de nossas intenções. Segundo, nós atuamos não como um importador, mas como a própria fabricante. Tanto que nos chamamos Ssangyong Brasil. Por fim, já estamos em nosso quarto ciclo de importação de peças, atendendo clientes das duas representações anteriores e trazendo peças que já saíram de linha lá fora faz tempo. Tudo para que os clientes percebam que a Ssangyong voltou para ficar", diz o executivo.
A Ssangyong Brasil calcula que existem hoje 16.511 unidades da marca ainda rodando no território nacional. E muitos destes proprietários podem voltar a ter garantia, interrompida pelo fim da representação anterior da fabricante. Isso será analisado caso a caso, mas o site da marca, já ativo, mostra aos proprietários quais são os concessionários atualmente credenciados. São 17, no total, 2 deles na cidade de São Paulo. "Temos um modelo de negócio muito flexível. Não exigimos instalações suntuosas nem qualquer custo se seja acintoso, o que torna nossos pontos de venda muito atraentes para muitos empresários. Muitos grupos grandes de concessionários estão nos procurando para ter uma marca que os ajude a ganhar dinheiro. Nós somos uma excelente opção para rentabilizar", diz Fevereiro.
Essa ideia de fincar raízes traz inclusive o plano de ter algum tipo de operação fabril no Brasil. "Podemos ter CKD, no futuro, mas vai depender de volumes." A Ssangyong pretende chegar ao final de 2018 com 50 revendedores. E promete um grande lançamento por ano. Para 2018, já prometeu mostrar no Salão do Automóvel a nova geração do Rexton. Seus modelos, além de completos, trazem motorização própria, de fabricação Ssangyong, e prometem ter preços bastante competitivos. Sobre eles, só conseguiremos nos pronunciar em 2018. Sobre os carros, a marca gentilmente nos permitiu ter contato com todos antes do lançamento oficial. Mas isso é assunto para outras reportagens. Fique com a KBB para ter acesso a todas elas!