2018 marca o fim da liderança do HR-V entre os SUVs brasileiros. O novo primeiro colocado é um modelo maior e mais caro do que ele, o Jeep Compass, mas isso diz mais sobre o concorrente, que conseguiu chegar a preço competitivo, do que sobre o HR-V. Que continua líder no segmento dos crossovers compactos. E uma excelente opção neste pedaço do mercado, inclusive com uma versão mais cara e equipada do que as que ele anteriormente oferecia, chamada Touring. É a ela que vamos nos dedicar nesta avaliação do modelo.
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O HR-V ainda é um dos modelos com menor desvalorização no mercado brasileiro, o que mostra não só sua boa aceitação, mas também a fama de confiável e de “cheque na mão” que ele possui na hora da revenda. Em outras palavras, perde pouco valor e é rápido de repassar.
Mas não é só no aspecto econômico que o HR-V é interessante. Ele tem um bom motor 1.8, câmbio CVT (que o torna menos gastão) e excelente espaço interno. Como é baseado no Fit, ele também oferece o sistema ULT de bancos, que torna o uso de seu interior bastante versátil.
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Preço é o maior problema do HR-V, em especial o do HR-V Touring. Vendido a R$ 107.900, o modelo compete com veículos maiores, como o Jeep Compass, ainda que venha muito bem equipado. Ele poderia custar menos, mas o preço alto ajuda a conter a demanda e evitar a abertura prematura da fábrica de Itirapina. A Honda talvez seja a única fabricante que vende menos carros do que poderia conscientemente.
O que tem de novo em 2018
A linha 2018 do HR-V Touring não trouxe nenhuma novidade em equipamentos. Para 2018, ou seja, a linha 2019, espera-se uma leve reforma visual.
Dirigindo o Honda HR-V
Ao contrário do Civic, o Honda HR-V Touring não oferece nada de diferente em termos dinâmicos quando comparado com as demais versões. O motor é o mesmo 1.8 de todos os demais crossovers da linha. O que há de diferente na experiência de dirigi-lo está no requinte a mais que o modelo oferece.
O banco e a coluna de direção ajustável em altura e profundidade permitem que se encontre facilmente uma boa posição de dirigir. E, ao contrário de Fit e City, o HR-V permite uma distância maior dos pedais, com bom curso do banco mesmo para motoristas mais altos.
Ligue o carro e acelere à vontade. O motor 1.8 responde com mais disposição do que o 1.5 usado pelos irmãos menores e garante boa agilidade tanto na cidade quanto na estrada. Segundo o Conpet, o HR-V faz 7,7 km/l em circuito urbano e 8,6 km/l em ciclo rodoviário com etanol e 11 km/l e 12,3 km/l com gasolina nos mesmos trajetos. Isso lhe dá nota A em sua categoria e B no geral.
A suspensão do HR-V, apesar do parentesco com o Fit, não é tão dura como dizem que a do compacto se apresenta. Aliás, nem achamos o Fit tão duro assim, mas é questão de gosto e de parâmetro. O caso é que o HR-V tem rodar mais suave, mas igualmente estável. O carro também freia bem, com pedal fácil de modular e assistência correta.
Sacadas inteligentes
Assim como o CR-V, o HR-V é pródigo em porta-objetos, como o que fica sob a alavanca de transmissão e ajuda a esconder o celular, mas a sacada mais inteligente da Honda com ele foi usar a plataforma do Fit para criar um veículo que tende a agradar muito mais. Tanto em termos de espaço quanto de desempenho.
Detalhes do Honda HR-V
Interior
Como todo Honda, o HR-V é funcional, mas, mesmo em sua versão mais luxuosa, o uso de plásticos duros e fáceis de riscar mostra que estamos em um modelo pensado para custar menos do que um Civic ou que um CR-V.
Exterior
Com estilo cupê, mas sem o comprometimento de espaço que esse desenho normalmente acarreta, o HR-V ainda tem estilo atual, mas já pede uma reestilização. Algo que deve aparecer ainda neste ano e que deve ser suficiente para aguardar a nova geração do modelo.
Equipamentos
A versão Touring do HR-V oferece de série faróis, lanternas e DRL de LED, sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento traseiro, câmera de ré, ar-condicionado digital com controle por tela sensível ao toque, aletas atrás do volante (para simular trocas de 7 marchas no câmbio CVT), bancos de couro, faróis de neblina, controlador de velocidade, rodas de liga leve de aro 17, central multimídia com tela de 7 polegadas, assistente de partida em rampa (HSA), controle de tração e de estabilidade, 6 airbags, computador de bordo e o sistema ULT de disposição dos bancos traseiros.
Sob o capô
O motor 1.8 de 16 válvulas conta com o sistema FlexOne, que dispensa o tanquinho de partida a frio e economiza um tempão no posto de gasolina. Ele tem comando variável na admissão e rende 140 cv (E) a 6.500 rpm ou 139 cv (G) a 6.300 rpm, com torque de 17,4 kgfm a 5.000 rpm ou 17,3 kgfm a 4.800 rpm.
Sobre o preço
Por R$ 107.900, é possível encontrar no mercado muitas opções de crossovers e SUVs maiores ou com motores mais fortes que o do HR-V. Mas não é preciso gastar tanto para ter as vantagens que o modelo da Honda oferece. Há versões menos equipadas que a Touring que já dispõem de um bom pacote de itens de série. Resta apenas saber se isso seduz diante dos encantos do Hyundai Creta e do Jeep Compass, as maiores ameaças ao reinado deste Honda em seu segmento. E o Compass já ganhou o round de 2017...