Quando falamos sobre os 3 pilares para um consumo mais baixo, mencionamos que fabricantes já bem estabelecidos precisam ter retorno de seus investimentos. E que os novatos, como a Tesla, tinham vantagens competitivas por não terem compromisso com esses investimentos anteriores. Recentemente, a Mercedes-Benz deu uma tremenda prova disso com seu primeiro modelo totalmente elétrico, o EQC. Em vez de ter um porta-malas dianteiro, ele traz o motor elétrico sob o capô. Uma ironia para o fabricante que inventou as zonas de deformação programada nos automóveis. Não porque ela não soubesse fazer diferente, mas porque precisava de escala de produção com as fábricas de que já dispõe. Diante disso, o Tesla Model 3 foi novamente um dos modelos mais seguros já testados pela NHTSA, a agência de segurança automotiva do governo norte-americano, ao lado do Model S e do Model X. Aliás, ele é o carro em que os ocupantes têm a menor probabilidade de se machucar em todo o mundo.
É isso que mostra o gráfico liberado pela agência de segurança e orgulhosamente mostrado pela Tesla em seu blog. Não à toa: entre os 50 veículos mais seguros já testados pela NHTSA desde 2011, o Model 3 apresenta menos de 6% de chance de algum de seus ocupantes se ferir em um acidente. É o único veículo com uma probabilidade tão baixa, acompanhado de perto pelo Model S e pelo Model X, que têm probabilidades entre 6% e 7%.
O segredo não é só não ter nada sob o capô além de um bom espaço para malas (ou uma enorme zona de deformação). As baterias no assoalho formam um reforço importante à cabine, além de deixar o centro de massa mais baixo do que em modelos com motor a combustão. Isso influencia positivamente na estabilidade. Note, no vídeo abaixo, outra vantagem de não ter um motor e uma transmissão na dianteira: não há nada rígido para invadir a cabine em caso de choque frontal. Repare no Audi A4.
Com uma cabine mais rígida, o Model 3 tem mais espaço para a expansão de seus airbags, o que protege ainda mais seus passageiros. Confira abaixo como o Model 3 se comporta em uma batida lateral em poste comparado a um Lexus ES 350, um veículo que é considerado bastante seguro. A diferença na penetração do habitáculo é impressionante.
Além de mostrar os vídeos da NHTSA, a Tesla aproveitou para exibir vídeos de suas simulações em computador. Elas mostram como a estrutura do modelo elétrico se comporta em batidas frontais. Note como a grande zona de deformação ajuda a proteger o interior.
Abaixo, a empresa mostra como ter um habitáculo mais íntegro permite uma ação mais efetiva dos airbags.
Esperava-se que o Tesla Model 3 começaria a ser vendido no Brasil, de maneira independente, pela Elektra Motors, especializada em veículos elétricos. Mas quem chegou na frente foi a DPR Trading, que teria entregado os 3 primeiros Model 3 a seus proprietários em agosto por cerca de R$ 400 mil cada um. Muito mais do que se paga pelo modelo nos EUA, mas comparativamente uma pechincha. Isso porque o Model S 70D à venda na Elektra Motors custa R$ 650 mil. Os preços deverão ser menores quando a Tesla começar a vender seus carros no Brasil, algo que Elon Musk já disse que pretende começar a fazer com o Model 3.