O fim do Inovar-Auto se aproxima a passos largos, mas o governo não tem nada para colocar em seu lugar. E a culpa seria do Ministério da Fazenda, segundo Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. A declaração, trazida pelos colegas da Automotive Business, foi dada nessa segunda (13) durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Porto Alegre (RS). Durante o evento, o ministro aproveitou para pedir a alguns fabricantes que conversem com Michel Temer sobre o entrave. A oportunidade para isso já aconteceria nesta terça (14), em reunião marcada entre Temer e os principais executivos da indústria automotiva.
Previsto para entrar em vigor já no primeiro dia de 2018, o Rota 2030 precisava ter sido aprovado até o final de setembro. Isso por conta dos 90 dias de antecedência para que qualquer lei de fundo tributário entre em vigor, a chamada noventena. O receio do Ministério da Fazenda seria justamente o de perder arrecadação em um momento delicado de déficit fiscal. Há até quem diga que o Rota 2030 seria desnecessário. Com isso, o plano do ministro Pereira é conseguir pelo menos apresentar o programa em janeiro, o que ainda deixaria os fabricantes no limbo até março. E, quanto mais o processo demorar, mais tempo o programa levará para começar a produzir efeitos.
Como já informamos por aqui, o Rota 2030 pretende colocar a indústria brasileira de automóveis em um caminho de competitividade mundial. Para isso, ele trará estímulos para que os produtos brasileiros estejam em linha com o que se faz de melhor em todo o mundo. Mas, se as iniciativas previstas se confirmarem, como o selo de segurança que os próprios fabricantes certificam, continuaremos a ter um oceano de diferença entre o que se produz aqui e o que é oferecido em países desenvolvidos, com grandes restrições de exportação para mercados como os EUA e a Europa.
