Há algum tempo avisamos que os motores elétricos serão a salvação do carro como meio de transporte individual. A série de reportagens "O drama dos motores a combustão" mostra bem porque isso deve acontecer e relegar o uso de combustível a um hobby, como ocorre hoje com cavalos em hipódromos. A questão é basicamente de eficiência energética, ainda que também exista pressão por conta de emissões de poluentes. Esse último é o motivo alegado pela Volkswagen para dizer que sua próxima geração de motores a combustão, que será revelada em 2026, será a última desenvolvida pela empresa. Foi o que a Bloomberg conseguiu que Michael Jost, chefe de estratégia da marca alemã, dissesse nessa última terça (4) em entrevista coletiva em Wolfsburg, na Alemanha, sede da empresa.
"Nossos colegas estão trabalhando na última geração de veículos que não são neutros em carbono. Estamos gradualmente saindo de motores a combustão para o mínimo indispensável", disse Jost à Bloomberg. Segundo o executivo, por conta de a empresa estar "inteiramente comprometida" com o Acordo de Paris, que almeja uma redução drástica de emissões de carbono.
Ainda segundo Jost, os motores que serão revelados em 2026 continuarão a ser usados por muitos anos e adotarão tecnologias para ficarem ainda mais limpos e eficientes, o que deve esticar suas vidas para além de 2050, especialmente nos locais em que estruturas de carregamento de baterias sejam insuficientes. O executivo admite que isso se deve não apenas à mudança dos tempos, mas também a um tipo de reparação que a Volkswagen acredita ter de fazer por conta do Dieselgate. "Nós temos uma clara responsabilidade, aqui. Cometemos erros", disse Jost à Bloomberg.