Em entrevista ao Estadão publicada nessa sexta (8), o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, disse que trará ao Brasil, em 2018, um modelo totalmente elétrico. Mesmo que ele não desse uma dica tão conclusiva, não seria preciso investigar quase nada para descobrir a que modelo ele se refere. Trata-se do Bolt, o único modelo totalmente elétrico vendido hoje pela GM. Ele já foi mostrado a jornalistas especializados presentes ao Salão de Detroit, em janeiro deste ano, e também em território nacional, em outubro passado, como comprovam estas fotos, com placa brasileira, feitas pelo fotógrafo Fábio Gonzales a serviço da GM na ocasião. Em suma, seria preocupação ambiental e tecnológica em excesso com um modelo que não tivesse chance nenhuma de ser vendido por aqui.
O Bolt é a primeira demonstração de intenções da GM de invadir a seara da Tesla. Para isso, ela criou um monovolume de 4,17 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,60 m de altura e com um entre-eixos de incríveis 3,10 m. Ele quase não apresenta balanços, com excelente aproveitamento de espaço, um pacote de baterias de 60 kWh, capaz de lhe conferir uma autonomia de até 383 km e com um motor de 200 cv e 36,8 kgfm que impulsiona as rodas da frente, comparável ao de um bom V6. Seus 478 l de porta-malas, aliados ao interior modulável, o tornam um modelo bastante interessante para famílias e também para as cidades.
Vendido a US$ 37.495 em sua versão mais simples, a LT, o Bolt faz jus a um incentivo fiscal que abate US$ 7.500 do preço, o que o faria custar efetivamente US$ 29.995. No Brasil, por ser importado dos EUA, não ter descontos fiscais e trazer tecnologia de ponta, o modelo deverá ser vendido apenas na versão Premier, a mais equipada, que é comercializada nos EUA a US$ 41.780.
Além do Bolt, a Chevrolet também deve iniciar em 2018 o Maven, um serviço de locação de carros por aplicativo do qual a GM é sócia. O próprio Bolt poderia integrar o serviço antes de ser vendido. Seria uma forma de testar o interesse do consumidor pelo produto. Considerando o crescimento que eles tiveram no país, dá para dizer que nem seria preciso testar nada, mas isso é assunto para outra reportagem...