A Honda confirmou nesta segunda-feira (23) que vai lançar a versão esportiva Si do Civic no Brasil em 2018. O modelo deve chegar às lojas no segundo trimestre do ano que vem, equipado com um inédito motor 1.5 turbo, o mesmo que equipa a versão Touring, mas calibrado para gerar 208 cv. A exemplo da geração anterior, a carroceria da versão será apenas a cupê, de duas portas (em outros mercados há uma opção sedã).
Esta é a primeira vez que o Civic Si conta com um motor sobrealimentado sob o capô. A decisão de quebrar o paradigma da aspiração natural recai na sina que os motores a combustão estão sofrendo de maneira geral, como tratamos em artigo recente. Além da necessidade de atender exigências ambientais mais restritivas, o ganho em desempenho é muito mais evidente com a adição de um turbo na receita de um esportivo, sobretudo um que, em tese, deveria ser acessível.
Falando nisso, a primeira questão que emerge na cabeça de todos ao saber desta -- boa -- notícia é: quanto ele vai custar? A versão Touring do Civic (mais vendida do que as Sport manual e CVT) já conta com um desempenho bastante animador proveniente do mesmo motor 1.5 turbo (de 173 cv, no caso) e tem papel similar ao que o Si tinha nas gerações passadas, de ser um modelo aspiracional, topo de gama. Custando R$ 125 mil, até o preço é parecido com o que víamos para os antigos Si. Ou seja: como vão encaixar o novo Si neste portfólio?
Em contato com a assessoria da marca, a Honda diz que o posicionamento do novo Civic Si só será revelado no lançamento do carro, dentro de alguns meses. Mas, considerando sua potência e mecânica mais avançada, é difícil imaginarmos que ele não chegue custando consideravelmente mais do que o Touring, elevando o patamar de preço do Civic a um nível jamais visto e, consequentemente, tornando a versão apenas um carro de imagem da marca. Outra possibilidade, mais remota, é a Honda adotar uma estratégia em Y, trazendo o preço do Si um pouco mais próximo ao do Touring e, assim, oferecer duas opções topo de gama do modelo no mercado, para atender dois públicos diferentes.
De qualquer maneira, o que sabemos neste momento é que este é o Civic Si mais potente da história. O motor 1.5 turbo, de 4 cilindros em linha, conta com injeção direta e duplo comando de válvulas variáveis. Ele gera 208 cv a 5.700 rpm e 26,5 kgfm de torque, disponíveis já a partir das 2.300 rpm. Para os entusiastas de plantão, a melhor notícia é que ao menos o câmbio manual de 6 marchas foi mantido.
O modelo também está significativamente mais leve do que o anterior e com maior rigidez torcional. A suspensão tem uma configuração mais esportiva, com barras estabilizadoras mais rígidas (30% a mais na dianteira e 60% a mais atrás), buchas sólidas e "braços de controle ultrarrígidos na dianteira, oriundos do Civic Type R", conforme descreveu a Honda. Além disso, os amortecedores são adaptativos e há diferencial com deslizamento limitado. Para completar a receita pronta para a diversão, a direção é elétrica progressiva, os freios têm discos de 12,3 polegadas e os pneus têm medidas 235/40 com rodas de aro 18.
Quanto ao estilo, o Civic Si traz a mesma linguagem de design do sedã, com uma frente composta por faróis afilados (no caso, de LED) e para-choque com entradas de ar maiores. O caimento da coluna C é mais acentuado, caracterizando bem a silhueta cupê do modelo e o aerofólio traseiro dá o tom esportivo da versão, bem como a saída central do escapamento em formato trapezoidal.
Entre os destaques tecnológicos da versão, a Honda vai equipá-lo com ar-condicionado de duas zonas e central multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas, compatível com Apple CarPlay e Android Auto. O sistema de áudio será composto por 10 alto-falantes com potência de 450 Watts.