Há exatos três anos, a Honda anunciou a conclusão das obras de construção de sua fábrica em Itirapina, no interior de São Paulo. Ela entraria em operação no final daquele ano, mas, em novembro de 2015, a Honda concluiu que não valia a pena colocá-la em operação. Não com a retração de mercado provocada pela crise econômica. Com a melhoria no cenário, e expectativas de um crescimento de cerca de 15% para este ano, a marca finalmente colocará Itirapina no circuito, mas não da forma como muitos deviam esperar. Em vez de produzir carros em Sumaré, que tem capacidade para 120 mil unidades, e em Itirapina, que dobraria esse volume, a Honda anunciou na terça (3) que migrará a produção de veículos de Sumaré para Itirapina. E não apenas a produção, mas também seus operários.
Não é a primeira vez que a Honda faz esse processo. Há alguns anos, ela transferiu seus departamentos administrativos de São Paulo, na região do Morumbi Shopping, para Sumaré, realocando boa parte de seus funcionários. Agora, ela deverá fazer o mesmo com os metalúrgicos de Sumaré, considerando que a distância dessa cidade a Itirapina é de pouco mais de 100 km.
Com a mudança, Sumaré concentrará a produção de motores e transmissões, injeção de plásticos, a parte administrativa e de desenvolvimento da empresa. Itirapina, por sua vez, ficará com a produção de todos os modelos atuais: Fit, City, HR-V, WR-V e Civic. O processo, que se inicia em 2019, começará com o Fit e se estenderá até 2021. Segundo a Honda, a mudança também se explica porque Itirapina tem uma estrutura mais moderna e flexível do que Sumaré, o que permitirá uma maior produtividade. Vale lembrar que o sucessor do HR-V deverá ser fabricado em Campana, na Argentina, que provavelmente terá maior capacidade produtiva, livrando Itirapina para fabricar mais unidades dos demais modelos da marca. Ou até adicionar ali novos produtos, como um compacto do qual a Honda provavelmente sente falta.
