O Ford Focus morreu no Brasil. Não só por conta do recente desprezo aos hatchbacks médios, mas por uma rejeição ao próprio modelo, como mostram suas taxas de desvalorização e depreciação no mercado. O segmento dos crossovers médios, em compensação, anda de vento em popa, como as vendas do Jeep Compass não nos deixam mentir. Todas as fabricantes estão de olho nesse filão de mercado. E a Ford, assim, como quem não quer nada, levou seis jornalistas brasileiros ao lançamento do Ford Escape 2020. Desinteressadamente, só por coincidência e relacionamento. Como fabricante de carro não gasta dinheiro à toa, pode anotar: o Escape será vendido no Brasil. Provavelmente para ocupar a lacuna deixada pelo Focus.
O Escape é produzido sobre a mesma plataforma modular do novo Focus, a C2. Ele tem 4,58 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,68 m de altura (1,74 m com as barras de teto) e 2,71 m de entre-eixos. Suas opções de motorização incluem o 1.5 EcoBoost, com 180 cv, o 2.0 EcoBoost, com e dois híbridos, ambos com o motor 2.5 de quatro cilindros e ciclo Atkinson: um comum (200 cv) e um plug-in (212 cv), que pode ser recarregado. O porta-malas teria 950 l. Com os bancos traseiros no lugar certo. Pois é...
A revista Quatro Rodas afirma que, por pressão dos concessionários, o Ford Territory será vendido por aqui. Ele tem exatamente o mesmo comprimento do Escape/Kuga. Se isso se confirmar, deveremos ter o Territory como um médio mais barato e o Escape como um modelo mais caro, mas isso provavelmente não faz sentido para um mercado como o brasileiro a não ser que o Territory custe muito barato, o que ameaçaria até as vendas do EcoSport. Talvez a Ford tenha levado os jornalistas brasileiros à apresentação do Escape para dissuadir seus revendedores da ideia de vender o Territory por aqui. Ela só precisará ser rápida com o modelo. Afinal de contas, os concessionários precisam de produtos para sobreviver. E a Ford, por ora, só ficou sem o Focus...