Que a Ford quer uma mudança radical de estratégia já não há mais dúvidas. Ela deixará de vender automóveis de passeio nos EUA para ficar só em crossovers, SUVs e picapes. Deixou de fabricar veículos na Austrália. Também pretende investir em serviços de mobilidade. Economiza até onde não devia em carros para países emergentes. Chegou a ter, de novo, sua saída da América Latina cogitada, algo que a empresa nega de pés juntos. E recorreu a engenharia de emblema para tentar ter um crossover competitivo na China. Mas nada disso é suficiente. Segundo Hau Thai-Tang, chefe de desenvolvimento de produtos e de compras da Ford, a empresa também se aprofundará na estratégia One Ford, que deixou a empresa com apenas 9 plataformas em todo o mundo. O plano agora é ter apenas 5.
Em uma apresentação ao J.P. Morgan Auto Conference, em Nova York, Thai-Tang disse que a Ford terá apenas as seguintes opções: chassi com tração integral e traseira, monobloco com tração dianteira ou integral, monobloco com tração traseira ou integral, monobloco para veículos comerciais e monobloco para veículos elétricos. Pela lógica, serão todas modulares. A primeira delas, a C2, que estreou na quarta geração do Ford Focus, é a monobloco de tração dianteira ou integral. Ela servirá tanto para o novo Fiesta quanto para algum modelo do porte do Fusion, por exemplo. As demais serão apresentadas nos próximos anos até 2020, quando a empresa pretende ter uma linha inteiramente renovada nos EUA.
Se Alan Mulally conseguiu reduzir 30 plataformas para apenas 9 com o One Ford, a ideia agora é reduzir os custos da empresa em US$ 25,5 bilhões nos próximos 5 anos. Só com as plataformas, a empresa pretende economizar US$ 7 bilhões em engenharia e desenvolvimento, com eficicácia melhorada em até 40%, além de reduzir em 20% o tempo necessário ao lançamento de novos veículos.
