O catalisador é um componente do sistema de escape do seu automóvel, localizado muito próximo do coletor ou até mesmo junto a este para manter uma temperatura elevada. Em resumo, trata-se de uma espécie de colmeia de cerâmica (ou metálica) instalado em um invólucro de aço inoxidável onde existem minúsculas partículas de metais nobres que, em contato com o monóxido de carbono, os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos mal queimados pelo motor, transformam a composição destes, decompondo parte e permitindo que as emissões que chegam à atmosfera sejam menores do que as inicialmente expelidas pela combustão.
Assim, parte dos gases de escape nocivos - CO, NOx e HC - transformam-se, respetivamente, em dióxido de carbono (CO2), nitrogênio simples (N2) e água (H2O).
Catalisador: guerra às emissões
A necessidade de frear a fundo as emissões de gases poluentes não nasceu com o automóvel. Durante décadas, os gases eram expelidos livremente sem que houvesse qualquer preocupação ambiental. Até porque o número de automóveis não justificava essa inquietude. Até que, nos anos 1960, no estado norte-americano da Califórnia, começam a surgir as primeiras dúvidas sobre os efeitos dos gases expelidos pelos automóveis na atmosfera. Sobretudo nas maiores cidades, como Los Angeles, onde a pouca chuva e o abundante sol se juntavam para criar uma fórmula de um ambiente quase irrespirável.
A primeira legislação antipoluição foi introduzida nos Estados Unidos no início da década de 1970. Na Europa, Alemanha e Holanda lideraram a tendência. No Brasil, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, conhecido pela sigla Proconve, foi o que tornou o catalisador obrigatório a partir de 1997, mas os primeiros automóveis a virem equipados com ele surgiram em 1993.
Como funciona o catalisador
No processo de queima de combustível, vários gases são formados, sendo os mais nocivos os referidos anteriormente: monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx). Foi por causa destes últimos que a VW se viu envolvida no Diesegate, por exemplo.
Ao passarem pelo catalisador, estes gases são "apanhados" por uma espécie de rede em forma de colmeia, composta por duas substâncias químicas: paládio (Pd) e molibdénio (Mo). Estes têm a capacidade de transformar os gases tóxicos em substâncias menos ofensivas, sem que a sua estrutura seja alterada.
Como detectar o mau funcionamento do catalisador
Um catalisador em mau estado poderá causar reprovação do veículo em inspeções veiculares, uma vez que as emissões recolhidas serão superiores às homologadas.
De acordo com os fabricantes, a longevidade de um catalisador pode ser de toda a vida do veículo, sendo certo que pelo menos nos primeiros cem mil quilômetros raramente dará problemas. No entanto, é possível identificar problemas neste componente sem ter de consultar um perito e tomar algumas precauções de forma a cuidar da sua saúde.
4 dicas para cuidar do catalisador
Coloque o combustível adequado
Às vezes, há enganos. Mas, descontando estes, cumpra sempre com o recomendado pelo fabricante. No caso de carros a gasolina equipados com catalisador, nunca use combustível com chumbo (ainda vendido na Argentina, por exemplo). Este irá danificar irremediavelmente o componente. Aditivos com chumbo também devem ser evitados.
Mantenha os filtros limpos
A substituição periódica do filtro de combustível irá permitir manter o sistema de injeção limpo e garantir maior tempo de vida a todos os outros componentes, como o catalisador. Também o filtro do óleo tem um papel essencial na manutenção das várias peças automóveis - troque o mesmo sempre que mudar o lubrificante.
Fuja da reserva de combustível
A sabedoria popular diz que circular com o depósito na reserva é algo a evitar e tem razão. Quando seu nível está muito baixo, o fornecimento de combustível se torna irregular, o que causa queimas pobres e um sobreaquecimento das várias peças, catalisador incluído.
Verifique as velas de ignição
Tente perceber se todas as velas funcionam de forma eficiente. Uma vela que não gere faísca permitirá que o combustível chegue ao catalisador sem que tenha existido queima.