Em outubro de 2005, nasceu na Alemanha uma construtora de carros que faria barulho (literal e figurativamente) enquanto viveu. A Gumpert, criada pelo engenheiro Roland Gumpert, fabricava o Apollo, um modelo que não se destacava pela beleza, mas pelos resultados. Ele foi o modelo mais rápido do Top Gear, batendo concorrentes como o Bugatti Veyron, por exemplo. Dali em diante, a empresa desceu ladeira abaixo e pediu falência em 2013. Comprada em 2016 por um consórcio chinês, a empresa fez muita marola, com o conceito Arrow, até mostrar um modelo que realmente chegaria às ruas. Já sem Roland Gumpert, e com o nome do carro em vez do da empresa que ele criou, a Apollo apresentou nesta quarta (25) o IE, sigla de "Intensa Emozione". Intensa emoção, em italiano. Provavelmente por conta do motor que resolveu adotar.
Atrás de seus bancos (apenas dianteiros) ruge um V12 de 6,3 litros, naturalmente aspirado, que teria sido desenvolvido pela Autotecnica Motori. Há quem diga que ele seja um motor de origem Ferrari, mas ainda não tivemos retorno da empresa para confirmar a informação. O fato é que ele tem a mesmíssima potência do V12 usado pelo Ferrari F12tdf, com 780 cv a 8.500 rpm, mas o torque é diferente. Enquanto o do IE produz 77,5 kgfm a 6.000 rpm, o do F12tdf tem 71,9 kgfm a 6.250 rpm. O que pode indicar que as semelhanças são mera coincidência. O câmbio é um Hewland sequencial de 6 marchas.
Se fosse só pelo V12, qualquer modelo atual com essa motorização poderia servir perfeitamente, mas o Apollo IE se destaca pela fibra de carbono que o envolve. Fora a chamativa asa traseira, que ajuda o carro a ter uma sustentação negativa de 1.350 kg a 300 km/h (a máxima é de 335 km/h), o modelo é todo construído para ser leve, eficiente, rápido e, por que não dizer, chamativo.
O IE tem 5,07 m de comprimento, 2 m de largura, 1,13 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Para um carro deste tamanho, o peso é inacreditável: 1.250 kg. Em boa medida porque o chassi foi pensado para ser extremamente leve. A estrutura toda que você vê no vídeo abaixo pesa apenas 105 kg. Mais leve que seu cunhado depois do almoço de família no domingo.
A distribuição de peso é de 45% no eixo dianteiro e de 55% no traseiro. O downforce também é distribuído de forma parecida: 44,5% na frente e 55,5% atrás. O dado curioso é sobre o vão-livre deste Apollo. Em modo de corrida, o modelo fica a apenas 6 cm do chão. Normalmente, fica a 11 cm, mas ele tem a opção de elevar a suspensão, deixando-o a 16 cm de distância. Mesmo vão-livre de um VW CrossFox, por exemplo, mas só até os 30 km/h.
Falando na suspensão, ela é por braços triangulares sobrepostos com push-rod nas quatro rodas, traz amortecedores Bilstein e é ajustável pelo motorista, por comandos no volante, para três modos: Comfort, Sport e Auto. O sistema eletro-hidráulico também é o que permite elevar o veículo. Para casos de participação em competições, o Apollo IE traz quatro air jacks, uma espécie de macaco hidráulico, incorporados à carroceria.
Completam o pacote freios carbocerâmicos da Brembo, com pinças de 6 pistões na dianteira e de 4 pistões na traseira, rodas de aro 20 no eixo dianteiro, com pneus Michelin Sport Cup2 265/35 R20, e de aro 21 no de trás, com pneus Michelin Sport Cup2 325/30 R21.
O Apollo IE já está à venda e terá apenas 10 unidades produzidas, todas vendidas pelo preço inicial de € 2,3 milhões. O compradores poderão fazer parte do programa de desenvolvimento do modelo, acompanhando os acertos passo a passo, e também do Time Attack, que os levará aos principais circuitos europeus. Provavelmente também a Nürburgring Nordschleife, padrão atual de o quanto os veículos são realmente rápidos. Outra vantagem é a prioridade na compra do segundo modelo da marca. Lembra do Arrow, que mencionamos no começo do texto? Pois ele será fabricado em 2019. Bela dupla para reiniciar a carreira, Apollo.