A Audi disse à revista britânica Autocar, em janeiro, que abandonaria sua estratégia de design de matrioska. Era uma referência às bonecas de tamanhos diferentes, mas absolutamente iguais, que se encaixam umas nas outras. Uma estratégia de estilo que já cansou o consumidor, mas que deve continuar em voga por pelo menos mais três anos. Esse é o tempo mínimo de desenvolvimento de um carro inteiramente novo. Quando anunciou a mudança de estratégia, a Audi provavelmente já terminado o desenvolvimento da quinta geração do Audi A6, chamada internamente de C8. Que é mais do mesmo em termos de estilo, mas tem vantagens expressivas sobre o que agora sai de linha.
O novo Audi A6 tem 4,94 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,46 m de altura e 2,92 m de entre-eixos. São medidas muito próximas das do modelo anterior, que tinha respectivamente 4,93 m, 1,87 m, 1,46 m e 2,91 m. O modelo teoricamente teria ganhos expressivos de peso com o uso de uma evolução de sua plataforma, a MLB Evo, mas a Audi, curiosamente, não entra em detalhes. Talvez porque eles não tenham sido assim tão grandes.
O A6, assim como o Q7 e a maioria dos modelos novos da marca, agora vem com um sistema elétrico de 48V paralelo ao convencional, de 12V. Ele serve ao sistema de eletrificação dos motores que a Audi chama de hibridização leve. Ele nada mais é do que um sistema stop-start de maior capacidade, que permite que todos os motores com que o carro é equipado sejam desligados em velocidades que vão de 55 km/h a 160 km/h. Adicione a isso o fato de o coeficiente aerodinâmico do novo A6 ser de apenas 0,24, o que deve torná-lo muito econômico e silencioso.
Falando nos motores, eles são dois, inicialmente: um 3.0 V6 TFSI, a gasolina, de 340 cv e 51 kgfm e o 3.0 V6 TDi, turbodiesel, de 286 cv e 63,2 kgfm. O motor a gasolina leva o A6 de 0 a 100 km/h em 5,1 s e o diesel não teve seu desempenho divulgado, mas diz a Audi que ele tem "desempenho similar". A velocidade máxima do sedã é de 250 km/h, limitada eletronicamente. Enquanto o TFSI usa a transmissão automatizada de dupla embreagem S tronic, de 7 marchas, o TDi usa um câmbio automático convencional de 8 marchas. O mesmo conjunto da nova Amarok V6. As duas motorizações vêm exclusivamente com a tração integral permanente quattro.
A suspensão do novo A6 terá a oferta de 4 configurações: comum, com amortecedores e molas helicoidais, suspensão esportiva, provavelmente mais baixa e com molas mais duras, com controle de amortecedores e a topo de linha, a ar, também com controle de amortecimento. Uma novidade importante do modelo é o esterçamento das rodas traseiras, de até 5°. Em velocidades baixas, elas giram em sentido contrário ao das dianteiras, para diminuir o diâmetro de manobra. Em alta, elas viram no mesmo sentido das dianteiras, o que garante mais estabilidade em transições.
Sem surpresa, o A6 oferece uma parafernália de auxílios eletrônicos de segurança. Não sabemos se são tão interessantes quanto o Pre Sense Side, do Audi A8, mas certamente suficientes para deixar motorista e passageiros com uma ótima sensação de proteção. Apesar de a Audi não falar nisso, é bem provável que o novo sedã esteja presente no Salão de Genebra. Ele começará a ser vendido oficialmente em junho e já tem preço anunciado para a Alemanha: a partir de € 58.050 para o A6 50 TDi quattro. Pouco mais de R$ 230 mil. O A6 V6 TFSI atual é vendido no Brasil por R$ 347.990, mas pode ser comprado por cerca de R$ 340 mil, segundo o Preço KBB™. Hora de pedir um desconto mais generoso. Ou de esperar pela nova geração para não perder com a desvalorização que certamente virá para o modelo hoje à venda.