A abertura do mercado automobilístico brasileiro para importação de carros ocorreu no início dos anos 1990, após um longo período de proibição iniciado em 1976 sob o regime militar, que fechou as fronteiras para importação de veículos. Essa abertura foi concretizada pelo presidente Fernando Collor de Mello, que assumiu em 1990 e cumpriu sua promessa de liberalizar as importações, encerrando o regime de reserva de mercado vigente até então.
O Mercado Antes da Abertura
Antes da abertura, o mercado brasileiro era dominado pelas quatro grandes montadoras nacionais: Fiat, Volkswagen, GM e Ford, com o consumidor restrito a carros nacionais e poucas opções. A abertura dos portos trouxe uma revolução no mercado e na indústria local, forçando as montadoras nacionais a melhorarem a qualidade e reduzir custos para competir com os importados.
Os primeiros importados
BMW 520i
Um dos primeiros modelos importados a chegar ao Brasil em 1990, representando o luxo e a tecnologia europeia.
Alfa Romeo 164
Considerado sofisticado e caro, sendo vendido por quase três vezes o preço do automóvel nacional mais caro da época.
Lada
Carros russos que, embora tecnologicamente ultrapassados, tiveram grande volume de vendas e simbolizaram o começo da era dos importados.
Os primeiros carros importados a chegarem em 1990 foram modelos como o BMW 520i e o sedã Alfa Romeo 164, considerado sofisticado e caro, sendo vendido por quase três vezes o preço do automóvel nacional mais caro da época. Outra presença marcante foram os carros russos da Lada, que, embora tecnologicamente ultrapassados, tiveram grande volume de vendas e simbolizaram o começo da era dos importados, chegando a custar preços similares aos de carros populares nacionais devido às altas tarifas de importação, que inicialmente eram de 85%.
Redução de impostos e expansão do mercado
Com a redução gradual dos impostos de importação (exemplo notável em 1993, quando caiu para 35%), entraram no mercado veículos compactos e médios que conquistaram espaço significativo, como o Honda Civic e o Toyota Corolla, que se tornaram ícones do segmento de sedãs médios.
Esse processo de abertura do mercado também acelerou a indústria nacional, que precisou se modernizar e melhorar a competitividade frente aos importados, impulsionando inovação e aumento da qualidade dos veículos fabricados localmente.
Cronologia da abertura do mercado
1976 - Proibição das importações de veículos pelo decreto militar.
1990 - Abertura oficial do mercado automotivo pelo governo Collor, com entrada dos primeiros importados modernos como BMW e Alfa Romeo, além dos populares Lada russos.
1993 - Redução dos impostos de importação (de 85% para 35%), facilitando a entrada de carros compactos e médios importados.
Anos 1990 em diante - Expansão do mercado de carros importados, diversos fabricantes estrangeiros começam a atuar no Brasil, forçando maior competitividade e mudança na indústria local.
Principais diferenças entre importados e nacionais
Tecnologia - Importados traziam evoluções tecnológicas ainda não disponíveis no mercado nacional;
Qualidade - Veículos importados apresentavam geralmente melhor acabamento e durabilidade;
Preços - Inicialmente muito mais caros devido às altas tarifas de importação;
Status - Possuir um carro importado conferia prestígio social ao proprietário;
Variedade - Ampliação significativa das opções disponíveis para o consumidor brasileiro.
As principais diferenças entre os primeiros carros importados que chegaram ao Brasil na década de 1990 e os carros nacionais da época se deram em aspectos como tecnologia, qualidade, preços, status e variedade de modelos
Essa abertura marcou uma mudança de paradigma no mercado automotivo brasileiro, dando oportunidade ao consumidor de escolher entre marcas e tecnologias internacionais e promovendo uma evolução significativa no setor.