No primeiro sábado em que o novo Honda Fit 2018 estava disponível para o público, um colega foi à concessionária ajudar sua cunhada na compra de um novo carro. E ele ficou impressionado com o fato de que havia muita gente para ser atendida pelos vendedores. A pessoa antes deles comprou um Fit. A que se sentou na mesa em seguida também encomendou o seu. Afinal, o que torna um Fit um modelo tão querido pelo público, apesar de não ser exatamente um modelo acessível? Foi o que nossa avaliação com o carro permitiu, em parte, descobrir.
Você gostará do Honda Fit EX 2018 se…
O Honda Fit, desde seu lançamento, foi um modelo que caiu no gosto das pessoas. Primeiro, porque ele era o modelo mais barato de uma marca de excelente reputação. Segundo, por conta das soluções que ele oferecia. Era, antes de mais nada, um carro próprio para o trânsito das grandes cidades. Compacto, mas ainda assim espaçoso. E também seguro. Em seu lançamento, a Honda mostrou imagens dele batendo de frente com um Honda Legend. E o Fit se saía muito bem. Pena que muito pouca gente ligue para isso no mercado brasileiro, algo que talvez o tempo ajude a resolver.
De lá para cá já se foram 3 gerações do Fit. E a reestilização apresentada para o modelo 2018 é o tradicional facelift de meio de vida. Em outras palavras, teremos a 4ª geração do modelo em cerca de 3 anos, por volta de 2020. Um carro que provavelmente terá motor 1.0 de 3 cilindros turbinado e uma série de novas tecnologias, mas que certamente manterá sua identidade atual: a de um monovolume que se confunde com um hatchback.
Voltando ao Fit EX 2018, o que ele traz de mais expressivo é a solução de alguns problemas do modelo anterior, como o para-choque muito rente à tampa traseira, o que a deixava muito exposta a pequenos acidentes. O novo para-choque traseiro é cerca de 8 cm mais longo. Quem se queixava deste ponto fraco deve se sentir bem atendido pela alteração.
Outra bela novidade do modelo é o fato de todas as suas versões incorporarem o sistema VSA, o controle de tração e estabilidade da Honda, além do HSA, que segura o carro em saídas em descida.
Talvez você não curta muito…
Motoristas mais altos vão sentir que os bancos dianteiros têm curso muito limitado de regulagem. Mesmo em seu ponto mais afastado do volante, o do motorista ainda fica próximo demais dos pedais, o que deixa as pernas meio arqueadas no dia a dia.
O que tem de novo em 2017
Além dos itens que já mencionamos, a linha 2018 do Fit EX traz airbags laterais, lanternas e DRLs em LED (sendo que os prolongamentos das lanternas, instalados na tampa traseira, agora também se acendem). Também oferece, limpadores de para-brisa do tipo flat blade, ESS (Emergency Stop Signal), que fazem as luzes de freio piscarem de forma intermitente após uma frenagem de emergência, rodas de liga leve de aro 16, descansa-braço central revestido de couro, vidros do tipo “um toque” para motorista e passageiro da frente, borboletas atrás do volante para simular trocas no CVT e ar-condicionado digital.
Dirigindo o Honda Fit EX 2018
A renovação do Fit trouxe ao modelo a solução de muitas questões, mas não foi suficiente para que ele parecesse realmente novo. Quem já teve a chance de dirigir alguma unidade da atual geração, apresentada em maio de 2014, entrará em território conhecido.
Sente-se no confortável banco do motorista, acerte sua altura, regule os retrovisores elétricos e a altura e a distância do volante e gire a chave. O sistema de partida a frio poderá mostrar uma certa demora em fazer o motor pegar em dias mais frios, mas pelo menos já eliminou a chatice de ter de abastecer regularmente o tanquinho de gasolina.
Não se sente falta de força no Fit, mesmo em subidas íngremes e com o carro carregado. Ele vence a topografia acidentada das grandes cidades com boa desenvoltura e ganha velocidade rapidamente nas estradas. As retomadas poderiam ser um pouco mais espertas, mas nisso as borboletas atrás do volante ajudam um bocado. Basta reduzir que ele trabalha com o motor cheio por um período razoável de tempo. Suficiente, por exemplo, para manter os giros altos em uma saída de curva ou para uma ultrapassagem.
A suspensão, objeto frequente de crítica para quem gosta de carros de rodar mais macio, parece estar bem melhor neste quesito. Não se sente emendas de estrada nem pancadas secas vindas das rodas. Tudo isso com a costumeira boa estabilidade do Fit, auxiliada agora por controles eletrônicos. Em suma, o mesmo carro que conquistou uma legião de fãs.
Sacadas inteligentes
O que o Fit tem de mais característico é o conhecido sistema ULT, que permite carregar objetos altos, largos e compridos com o rebatimento não só do encosto, mas também do assento dos bancos traseiros. É ele que confere ao Fit uma versatilidade que poucos veículos no mercado brasileiro oferecem.
Detalhes do Honda Fit EX 2018
Interior
Assim como suas gerações anteriores, o Fit se caracteriza por um interior relativamente simples, mas bem cuidado e funcional. Boa parte das superfícies de contato frequente para motorista e passageiros apresentam forração em tecido. Os plásticos são duros, mas passam a impressão visual de material emborrachado. Há nichos e porta-objetos diversos, como um interessante porta-copos do lado esquerdo do motorista. Se há algo que enche os olhos no interior deste carro é o cuidado com que ele parece ser fabricado.
Exterior
Não há grandes novidades no Fit em termos de estilo que não os para-choques novos. Se o traseiro é cerca de 8 cm mais longo, o dianteiro cresceu pouco menos de 2 cm, o que deixou o Fit levemente mais bicudo. Grade dianteira nova, com a identidade visual trazida pelo Civic, DRLs e as lanternas em LED completam o pacote de mudanças notáveis.
Equipamentos
Como as novidades do Fit em 2018 se baseiam bastante em conteúdo, acabamos já falando sobre os equipamentos de série da versão EX, mas não custa repassá-los. De série, o novo Fit vem com sistema VSA, HSA, ESS, DRLs e lanternas de LED (com prolongamento funcional na tampa traseira), airbags laterais, limpadores de para-brisa do tipo flat blade, sistema ULT de rebatimento dos bancos, rodas de liga leve de aro 16, ar-condicionado digital, controlador de velocidade, câmera de ré (com 3 tipos diferentes de visualização), borboletas atrás do volante, descansa-braço central revestido de couro, faróis de neblina, vidros do tipo “um toque” para motorista e passageiro da frente e volante multifuncional.
Sob o capô
O motor 1.5 i-VTEC FlexOne é velho conhecido do consumidor, assim como a transmissão CVT, que parece ter sido aperfeiçoada. Ela ainda apresenta o comportamento de manter os giros do motor fixos enquanto permite que a velocidade suba, mas só em situações muito específicas. Na maior parte do tempo, ela e o 1.5 se entendem bem, o que confere boa agilidade ao Fit.
Essa talvez seja uma das últimas encarnações deste 4-cilindros como o conhecemos. A próxima geração do Fit, assim como a do City, devem adotar o novo motor 1.0 Earth Dreams, um 1.0 de 3 cilindros com 130 cv a 6.000 rpm e torque de 20,4 kgfm. Especificações muito próximas das conseguidas pela Volkswagen com seu 1.0 TSI.
Sobre o preço
A versão EX é vendida a R$ 75.600. Isso é mais do que a Volkswagen cobra pelo novo Polo Highline com o pacote Technology Pack (R$ 75.180), que inclui o vistoso painel de 10,25 polegadas em TFT chamado de Active Info Display. E o EX nem é o Fit mais caro do mercado, papel que cabe ao EXL, que vem com faróis de LED e DRLs especiais.
Polo e Fit costumam atender a públicos diferentes, mas é evidentemente incômodo para o modelo da Honda ter um concorrente mais barato de dimensões muito parecidas, nível de equipamentos bastante parelho e com tecnologias mais interessantes, como o motor 1.0 turbo e o painel TFT. Isso mostra que o Fit, que sempre nadou de braçada no mercado como um modelo de proposta peculiar, não está mais tão sozinho. E talvez veja em breve os concorrentes com o mesmo tipo de movimento que provoca nas concessionárias de sua marca.