Outro modelo da Honda prestes a ser renovado é o City. Sua reestilização já foi revelada no exterior e foi confirmada para o modelo brasileiro para os primeiros dias de fevereiro. Motivo mais do que suficiente para você ter nossa opinião sobre o modelo atual e se vale a pena comprar o sedã compacto agora ou esperar pela seu novo estilo e conteúdos.
Você gostará do Honda City se…
Quem tem simpatia pelo formato dos sedãs e gosta dos modelos da Honda, mas acha o Civic grande, caro ou extravagante demais terá no City um excelente companheiro. Ele tem bom porta-malas (536 litros), bom espaço no banco traseiro, ainda que à custa do conforto do motorista, e bebe relativamente pouco com seu motor 1.5.
Talvez você não curta muito…
A exemplo de boa parte dos Honda vendidos no Brasil, onde a marca quase tem status de fabricante premium, preço é a parte sensível do City. Por mais que esteja perto de se renovar, o modelo é vendido a R$ 75.700 na tabela. A sorte é que as revendas Honda costumam ser muito transparentes, avisando aos clientes quando o modelo novo chegará e dando desconto na linha atual ou recomendando que se espere pelo novo.
O que tem de novo em 2018
O City 2018 será reestilizado e ganhará alguns novos itens de série, como já explicamos em reportagem anterior. O detalhamento do novo modelo deve acontecer ainda nesta semana.
Dirigindo o Honda City
Assim como no Fit, o Honda City tem um problema sério no que se refere ao banco do motorista. O modelo tem pouco trilho, o que faz motoristas mais altos sofrerem com o pouco espaço para as pernas. É preciso dirigir com elas arqueadas, o que tende a cansar em percursos mais longos. Se você não tiver problemas com isso, provavelmente se dará bem com o sedã compacto japonês.
O City atual é o melhor que já foi oferecido no Brasil. Apesar de baseado no Fit, ele não traz a mesma altura de assento, como no anterior, o que tornava o teto muito baixo e a visibilidade complicada, especialmente a de semáforos. Era preciso abaixar a cabeça para ver se a luz estava verde ou vermelha. Não se nota nada disso no atual, que oferece boa visibilidade.
O motor 1.5 é bastante razoável em termos de potência, torque e economia. Segundo o Conpet, ele é nota A em consumo tanto em sua categoria quanto no geral. Pelo ciclo do programa brasileiro de etiquetagem, ele faz 8,5 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada com etanol. Com gasolina, os números são, respectivamente, 12,3 km/l e 14,5 km/l. Mesmo que não seja um primor de aceleração, o City ganha velocidade relativamente rápido, o que permite uma condução despreocupada tanto em circuito rodoviário quanto em urbano.
A suspensão do City é, a exemplo da do Fit, mais firme do que as dos concorrentes. Isso faz com que muitos o considerem duro e desconfortável, mas não é a impressão que tivemos do modelo. Não o forçamos em curvas, mas ele parece ser bastante estável. Seus freios, eficientes, têm um pedal de assistência correta e adequadamente progressivo.
Sacadas inteligentes
Não há nada em que o City se destaque a não ser pelo bom pacote de espaço de porta-malas, estilo e economia. Talvez seja esse tripé seu maior fator de sucesso.
Detalhes do Honda City EX
Interior
O City EX usa muitos plásticos duros em seu interior, a exemplo do Fit. Eles são muito mais sujeitos a riscos, como alguns dos que pegamos no carro de avaliação, e dão ao modelo um aspecto pobre mesmo em uma versão mais equipada como a EX. De todo modo, tudo no carro é bastante funcional e de fácil acesso. A base comum com o Fit faz com que o interior soe muito familiar. Não à toa: City e Fit são exatamente iguais por dentro a não ser pelas portas.
Exterior
O desenho do City atual é um dos mais harmoniosos já oferecidos no Brasil. O fato de ele já parecer antiquado diante do mostrado pelos rivais, em especial pelo VW Virtus, é algo que a reestilização terá a missão não de sanar, mas de diminuir.
Equipamentos
O City EX vem de série com volante revestido em couro, controlador de velocidade, computador de bordo, regulagem de altura e distância da coluna de direção, trio elétrico (vidros, trava e retrovisores), faróis de neblina, alarme e airbags apenas dianteiros. Falta também controle de estabilidade e tração, itens que devem chegar ao City no modelo 2018.
Sob o capô
Dotado da tecnologia FlexOne, que dispensa o tanquinho de partida a frio, o motor 1.5 do Honda City tem comando variável na admissão e rende 115 cv (G) ou 116 cv (E) a 6.000 rpm e 15,3 kgfm (G ou E) a 4.800 rpm. Ele vem exclusivamente com o câmbio CVT.
Sobre o preço
Para um carro prestes a mudar, R$ 75.700 é um valor muito alto, ainda mais considerando que lhe faltam airbags laterais, controle de estabilidade e tração e um sopro de modernidade, como o que deve vir da concorrência. E a preços mais baixos. Resta aguardar para ver o que a linha 2018 do City traz de surpresa. Além do novo visual, a Honda terá de apelar para preço se quiser que seu sedã compacto venda melhor. Pode ser que a marca se contente com uma demanda contida, que permita manter a fábrica de Itirapina fechada por mais tempo. Porque, se a marca quisesse, podia abrir sua segunda fábrica e vender muito mais do que hoje. Bastaria cobrar preços menores por seus modelos. Mais do que o carro, quem compra um Honda está atrás da experiência que a marca garante em pós-venda, desvalorização e robustez.