A Volkswagen paralisou a produção em três de suas quatro fábricas no Brasil. As unidades de São Bernardo do Campo e Taubaté, em São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná, tiveram as atividades interrompidas temporariamente devido à baixa demanda.
Apenas a fábrica de motores em São Carlos, no interior paulista, segue operando normalmente.
De acordo com a Volkswagen, as paradas na produção foram motivadas pela “estagnação do mercado”, embora o governo tenha liberado R$ 500 milhões em incentivos para dar descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil e estimular a compra de veículos zero quilômetro de até R$ 120 mil.
A fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde é produzido o SUV T-Cross, está em lay-off desde 5 de junho. A medida tem duração mínima de dois meses, mas pode ser estendida por até cinco meses. A Volkswagen vai utilizar o banco de horas para interromper um turno de produção da unidade entre os dias 26 e 30 de junho.
Mesmo com o bom desempenho das vendas do Polo Track, a fábrica de Taubaté (SP) paralisou as suas operações. A empresa vai utilizar o mesmo regime de banco de horas para suspender as atividades até o dia 30 de junho. No local também são fabricadas outras versões do Polo.
Já a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), responsável pela produção dos modelos Polo, Nivus, Virtus e Saveiro, entrará em férias coletivas a partir de 10 de julho.
A Volkswagen afirma que todas as medidas de flexibilização estão previstas em acordo coletivo firmado pelos sindicatos dos trabalhadores com os funcionários de suas fábricas.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), o setor esperava uma redução dos juros, que consolidaria o crescimento das vendas estimuladas pelas medidas de incentivo do governo.
“As medidas foram importantes, mas precisavam ser complementadas com a redução da taxa de juros. Infelizmente não ocorreu. Este índice de 13,75% dificulta a situação do setor automobilístico e a venda de produtos financiados”, comenta Claudio Batista, o Claudião, presidente do Sindmetau.
Apesar da desaceleração na produção, a Anfavea (entidade que representa as montadoras) prevê que o mercado terminará o ano com 2,16 milhões de unidades comercializadas, atingindo um crescimento de 3% em relação a 2022.