Introdução
Apresentado na Europa no final de 1981, o Volkswagen Santana surgiu como resposta da montadora à perda de força do Passat no mercado e à crescente concorrência de novos sedãs médios. Lançado no Brasil em 1984, o Santana rapidamente se tornou o principal modelo de porte médio da Volkswagen, destacando-se por seu câmbio manual de 5 marchas, embora ainda oferecesse um câmbio automático de 3 marchas, considerado ultrapassado.
Trajetória no Brasil (1984–2006)
O Santana foi produzido na fábrica da Anchieta (SP), baseado no Passat alemão de segunda geração. Lançado nas versões CL, CG e CD, com motores 1.8 e 2.0, era o sedã mais moderno da Volkswagen no Brasil à época.
Em 1985, ganhou notoriedade como um carro de luxo acessível. A versão CD se destacou pelo câmbio de 5 marchas e interior sofisticado. No ano seguinte, foi introduzido o motor AP 1.8, proporcionando melhor desempenho, além de uma leve atualização visual. Em 1987, houve incrementos no acabamento e conforto das versões superiores.
Em 1988, chegou a versão Santana Executivo, voltada ao público corporativo e a frotas de empresas, consolidando o modelo como símbolo de status. Em 1989, passou por uma reestilização na grade e nas lanternas traseiras, além da introdução do câmbio automático como opcional na versão CD.
Em 1991, passou a oferecer direção hidráulica de série nas versões mais caras e adotou o câmbio automático de 3 marchas. No ano seguinte, em 1992, recebeu uma reestilização mais significativa, com frente, traseira e painel reformulados, alinhando-se ao padrão visual dos anos 1990.
Em 1994, houve nova atualização na linha e a introdução da versão Sport, além da implementação da injeção eletrônica em algumas versões. Entre 1995 e 1996, embora ganhasse mais tecnologia e conforto, o Santana começou a perder espaço para modelos mais modernos, como o Vectra e o Mondeo, passando a apostar no custo-benefício.
Em 1998, a linha foi simplificada, com redução de versões, posicionando o Santana como uma opção de sedã médio acessível. No ano 2000, passou por sua última reestilização leve, com faróis de máscara negra e pequenos ajustes estéticos. Os motores 1.8 e 2.0 continuaram sendo utilizados.
Entre 2002 e 2005, a produção se manteve estável, embora com vendas em declínio. Em 2006, após 22 anos de mercado, o Santana foi oficialmente descontinuado no Brasil, encerrando sua trajetória com status de clássico e legado consolidado.
Histórico das Principais Versões e Motores
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1984–1986: CD 1.8 – 85/92 cv | CG 1.8 – 94 cv | CS 1.8 – 94 cv
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1987: GL/GLS/CL 1.8 – 92/94/92 cv
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1988: GLS 2.0 – 110 cv
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1989: Evidence 2.0 – 110 cv
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1990: Executivo/Sport 2.0 – 125/115 cv
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1991: GLSi 2.0 – 112 cv
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1992: GL/GLS/GLSi 2.0 – 108/108/112 cv
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1993: CLI 1.8 / GLI / Sport 2.0 – 93/112/112 cv
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1994: GLi / GLS / GLSi – 112 cv
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1995: Mi / Série Única 2.0 – 112 cv
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1996–1999: Evidence / Exclusiv 2.0 – 112 cv
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2000–2006: Mi 1.8 / Mi 2.0 – 100 cv / 114 cv
Vendas
Estima-se que cerca de 548 mil unidades do Volkswagen Santana foram vendidas no Brasil entre 1984 e 2006.
Significado das Principais Nomenclaturas
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CD: Comfort Diamond
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CG: Comfort Gold
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CS: Comfort Super
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CL: Comfort Luxo
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GL: Gran Luxo
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GLS: Gran Luxo Sport
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Mi: Multi-Point Injection
Concorrentes ao Longo dos Anos
1984–1990: Ford Del Rey e Chevrolet Monza
1990–1999: Chevrolet Omega e Fiat Tempra
1999–2006: Chevrolet Vectra, Fiat Marea, Honda Civic e Toyota Corolla
Curiosidades
O Santana se popularizou tanto que apareceu em diversas produções, como no seriado “A Grande Família”, onde era o táxi de Augustinho Carrara. No filme “Tropa de Elite”, ficou famosa a frase “Santana tem ou não tem carburador?”, referindo-se às versões com carburador, injeção monoponto e multiponto.
O nome Santana segue a tradição da Volkswagen de nomear seus carros com nomes de ventos, sendo derivado do vento Santa'Ana, que sopra do deserto de Mojave em direção ao Pacífico. Nos Estados Unidos, entre 1982 e 1990, o modelo foi comercializado como Quantum, tanto na versão sedã quanto na perua.
No Brasil, deu origem à famosa Santana Quantum, produzida entre 1985 e 2003. Já na China, o Santana foi fabricado pela Volkswagen Shanghai e se tornou o carro oficial de governo, polícia e táxi, com produção até 2013 e mais de 4 milhões de unidades vendidas.