Desde 2009 que o aviso está no ar: o futuro das fabricantes de carros talvez seja o mesmo da telefonia e de outros recursos que se transformaram apenas em serviços. Há não muito tempo, uma linha telefônica custava o mesmo (ou até mais) do que um automóvel. O que mostra bem que o paralelo faz sentido. Se em 2009 esse tipo de proposta se limitava a empresas pequenas e revolucionárias, como a Riversimple, ela agora ganha um reforço de peso. A Volvo, aproveitando que o Salão de Los Angeles agora se chama Automobility LA, resolveu não mostrar nenhum de seus automóveis em seu estande. É isso mesmo: nada. Zero. Niente.
"Ao chamar o salão de Automobility LA, os organizadores reconheceram a revolução que afeta nossa indústria. Queremos mostrar que entendemos o recado e iniciar uma conversa sobre o futuro da automobilidade. Em vez de trazer um carro conceito, vamos falar do conceito do carro. Não vamos ganhar o prêmio "carro do salão", mas estamos confortáveis com isso. Porque este não é um salão de automóveis", diz Mårten Levenstam, responsável por estratégia de produto na Volvo Cars.
Não deveria ser surpresa essa iniciativa da empresa, que já tem iniciativas como a Care by Volvo e até novas empresas voltadas exclusivamente a oferecer o carro não como um bem, mas como um serviço, caso da Lynk & Co e da Polestar. "Nossa indústria está mudando. Em vez de apenas construir e vender carros, vamos realmente providenciar a nossos clientes a liberdade de se mover de um modo pessoal, sustentável e seguro. Oferecemos a nossos clientes acesso a um carro, incluindo novos e atrativos serviços quando e onde eles quiserem", diz Håkan Samuelsson, CEO da Volvo Cars.