Quando o Renault Clio de quinta geração apareceu na internet por meio de uma miniatura, comentamos que esse tipo de revelação era raro. Só nos esquecemos de dizer que ele nunca falha. E as fotos oficiais do carro, revelados antes da hora pelo instagram do CarDesignWorld, confirmam essa taxa de acerto de 100%. Ainda que seja sempre melhor ver o carro como ele realmente é, sem as distorções de uma redução de 1:43.
O novo Clio V interessa particularmente ao Brasil depois que o gerente global de marketing da Renault, Sylvain Coursimault, disse ao jornal francês Le Figaro que a Renault e a Dacia não compartilharão mais seus produtos. Em outras palavras, não teremos mais nenhum Dacia com emblema da Renault, como acontece hoje com a maioria dos modelos da marca vendidos no Brasil. Com isso, pode-se esperar pelo sucessor do Sandero, que ainda nem recebeu sua reestilização, inspirado no novo Clio. E eventualmente até batizado com o mesmo nome.
Seria uma estratégia semelhante à que a Renault adotou com o Captur. Nada mais do que um Duster com carroceria mais bonitinha no Brasil, ele mostra como deverá ser a abordagem da marca daqui em diante. Em vez de termos o Clio V como ele será vendido na Europa, com a novíssima plataforma CMF-B, ele deve ser fabricado por aqui com a mesma plataforma M0 que é adotada pelos atuais Sandero e Logan. Com investimentos já amortizados e considerada robusta, ela permite que a Renault tenha lucro mais rapidamente.
Os motores do novo Clio devem ser os mesmos adotados na Europa atualmente, como o 0.9 TCe e o 1.3 TCe que também será vendido no Brasil. Como o que vazou foram apenas as fotos, ainda não temos os dados técnicos do novo hatchback compacto, mas rumores adiantam que ele é maior do que o atualmente comercializado na Europa. Teria porte semelhante ao do Sandero. Não por acaso, como já explicamos acima.
ATUALIZAÇÃO
O novo Clio V acabou por ser menor do que o atual em apenas 14 mm, coisa de 1,4 cm, o que o deixou com 4,05 m de comprimento, mas ele é bem mais largo que o anterior, com 1,80 m de largura, contra 1,73 m. Também é mais baixo, com 1,44 m, contra 1,45 m do atualmente à venda na Europa. O entre-eixos, que hoje está em 2,59 m, não foi revelado. Mas essas medidas já o deixam com o mesmo tamanho do Sandero atualmente à venda no Brasil. Em teoria, o Clio IV também poderia ter sido construído no Brasil sobre a plataforma M0 se o Captur já tivesse dado à marca a mesma ideia...
Algo que deve agradar muito aos compradores, além da primazia da plataforma CMF-B, confirmada pela Renault, é o porta-malas de 391 litros, que se junta aos 26 litros em porta-objetos espalhados pelo carro. O painel, agora, é digital, com tela de 10 polegadas. A central multimídia, que lembra um tablet, tem tela de 9,3 polegadas. Ainda que a Renault não entre nestes detalhes, há opções de câmbio manual de 5 marchas e um que parece automático, mas é o automatizado de dupla embreagem da marca. Os motores não são mencionados.
Com 11 cores de carroceria, 3 pacotes de customização externa, defletores de ar nos para-lamas dianteiros, faróis e lanternas de LED e rodas de liga leve de até 17 polegadas, o Clio tem duas novas versões, a INITIALE Paris, de luxo, e a R.S. Line, metida a esportiva. Os detalhes técnicos ainda por conhecer devem ser revelados no Salão de Genebra. Ou serão divulgados até lá, a conta-gotas, para manter o novo hatchback compacto na mídia. Para um carro que já vendeu mais de 15 milhões de unidades, a ideia é ver ainda mais exemplares do Clio nas ruas.