A guerra comercial entre os EUA e a China promete esquentar muito nos próximos meses. Sorte das fabricantes que têm como atender aos dois maiores mercados do mundo. A mais nova a aderir a essa estratégia foi a Tesla, que assinou nesta terça, depois de meses de rumores e negociações, um acordo para criar a Gigafactory 3 na cidade de Xangai, na China. Com capacidade para 500 mil elétricos por ano, a fábrica deverá começar a produzir até 2021 e se focar nos modelos de maior volume da empresa, o Model 3 e o futuro Model Y, ainda não apresentado ao público. Talvez comece até antes, caso todas as licenças e permissões necessárias caminhem rapidamente.
A assinatura, que contou com a presença do CEO da Tesla, Elon Musk, mostra que os rumores sobre a saúde financeira da fabricante de elétricos talvez não tenham contado com o gênio do empreendedor. Interessado na expansão de veículos elétricos, é bem possível que o governo chinês ajude Musk a financiar a nova fábrica, pagando-a em suaves prestações ao longo de muitos anos. A fábrica de Xangai atenderá ao mercado chinês. Se a produção não for toda consumida ali, o que é muito provável, os Model 3 e Y deverão ser também exportados para países vizinhos. A nova fábrica, segundo a Tesla, não afeta as operações nos EUA, onde a produção do Model 3 chegou recentemente ao número de 5.000 unidades por semana. Uma promessa antiga de Musk e que demorou a se concretizar.
A Gigafactory 3 será a primeira da Tesla instalada fora dos EUA. Musk pretende ter também uma fábrica na Europa, possivelmente na Alemanha, país de onde os veículos da marca podem ser exportados para todos os demais membros da comunidade europeia. Além dos Model S, X, 3 e Y, a Tesla também pretende fabricar uma picape, importante para o mercado norte-americano, um caminhão, o Tesla Semi, e a segunda geração de seu pioneiro, o Tesla Roadster.