Conduzir por estradas esburacadas, ultrapassar lombadas ou acelerar em curvas fechadas sem perder a compostura, com as rodas sempre bem coladas à estrada e em boas condições de conforto. Essa é a principal missão da suspensão, peça fundamental para a segurança ativa do seu automóvel, mas que, por si só, não seria capaz de levar a cabo todas essas tarefas. Calma que a gente já explica...
O nome suspensão vem dos tempos em que o cavalo ainda era o principal meio de transporte. As carruagens mais luxuosas tinham a carroçaria suspensa sobre os eixos para poderem flutuar (literalmente…) sobre as irregularidades do piso. Hoje a suspensão de um automóvel é, na verdade, parte do chassi. Umas mais elaboradas, outras mais versáteis e econômicas, elas se diferenciam a depender da filosofia do veículo: se é mais voltado a uma utilização familiar, com maiores preocupações com o conforto, ou se tem proposta esportiva. Entre as várias soluções apresentadas pelos fabricantes de automóveis, há dois tipos principais:
1. Suspensão com eixo rígido
Este sistema é sempre utilizado no eixo traseiro. Numa suspensão com eixo rígido, as rodas esquerda e direita ficam ligadas por um único eixo, o que significa que todo o movimento de uma das rodas afeta a outra. Esta solução não oferece os níveis de estabilidade de uma suspensão independente nem as mesmas garantias de estabilidade. Contudo, sendo muito barata de produzir e apresentando elevadíssimos níveis de robustez, a suspensão de eixo rígido é a preferida pelos fabricantes para equipar veículos comerciais, como picapes.
2. Suspensão com eixo de torção
Eixos de torção são a solução mais corrente para a suspensão traseira de veículos de alto volume. Eles não são tão instáveis e desconfortáveis quanto os eixos rígidos, mas também não deixam que as rodas traseiras atuem de forma totalmente independente. Isso porque as duas rodas ainda são ligadas por um mesmo eixo, mas ele é capaz de "se torcer, como mostra o vídeo abaixo:
Com isso, uma roda que desce em um buraco afeta pouco a outra, ligada ao mesmo eixo. Esse tipo de suspensão permite um rodar mais confortável que o conseguido com um eixo rígido, mas não tão sofisticado quanto o dos sistemas multibraço, por exemplo. A vantagem em seu uso é econômica, já que eixos de torção são mais baratos de fabricar e mais simples de instalar.
3. Suspensão independente
Uma suspensão independente permite que as rodas direita e esquerda se movam individualmente. Isso dá ao carro melhores níveis de eficácia na passagem por pisos irregulares. Entre os esquemas mais comuns, temos a independente do tipo McPherson. Ela vem normalmente no eixo dianteiro de todos os veículos modernos a não ser em alguns 4x4 e picapes. Foi desenvolvida pelo americano Earl Steele MacPherson, em 1946. Trata-se de um sistema relativamente simples, que inclui uma mola e um amortecedor. A diferença para outros desenhos de suspensões independentes é o fato de o amortecedor telescópico da McPherson acumular a função de ponto de fixação para o controle da posição da roda, eliminando o braço superior de controle. No eixo traseiro, temos o sistema multilink (ou multibraços), que se caracteriza pela utilização de três ou mais braços a ligar chassis e eixo. Ela é normalmente adotada por carros mais sofisticados.
Conheça agora os principais componentes de uma suspensão:
Molas
Além de responsáveis pela altura do automóvel em relação ao solo, as molas absorvem as irregularidades do piso por meio de sua enorme flexibilidade e resistência ao impacto. A energia absorvida é liberada por oscilações que geram desconforto e instabilidade ao carro. Se o carro tivesse apenas molas, ele teria a tendência de perder contato com o solo, comprometendo a aderência e aumentando exponencialmente os riscos para a condução. É por isso que elas precisam da ajuda dos amortecedores.
Amortecedores
Os amortecedores foram desenvolvidos para limitar as oscilações da carroçaria, gerindo a abertura e o fecho da suspensão e garantindo bons níveis de conforto e estabilidade. Um amortecedor hidráulico é constituído por um pistão e válvulas, fixados numa haste e que se movem dentro de um tubo cheio de óleo específico para aguentar as mais altas pressões e elevadas temperaturas. As válvulas regulam a passagem do óleo, controlando a velocidade do movimento da haste, o que irá se traduzir na capacidade de processamento da peça.