A Stellantis encerrou a produção do motor 1.8 E.torQ em Campo Largo (PR). A decisão foi tomada com base no plano global de neutralização de emissões de carbono até 2038. O propulsor foi retirado de linha por não atender às novas normas ambientais do Proconve L7.
Desde o final do ano passado, o motor E.torQ vinha sendo fabricado apenas para exportação. A Fiat Toro vendida em alguns países da América Latina como RAM 1000 era um dos modelos ainda equipados com esse propulsor.
A partir de agora, a Stellantis vai priorizar os novos motores Firefly e GSE produzidos em Betim (MG).
Segundo a Stellantis, os 214 funcionários da fábrica de Campo Largo receberam proposta de transferência de trabalho para outras fábricas do grupo no Brasil e estão recebendo o auxílio da empresa. Veja abaixo o comunicado oficial da Stellantis:
“A Stellantis segue com o plano estratégico de neutralizar globalmente suas emissões até 2038.
Dentro das medidas que visam acelerar a redução de 50% em emissões de carbono já em 2030, decidiu concentrar a produção em motores mais modernos, que além de atenderem às novas e futuras regulamentações, oferecem ao consumidor os mais altos níveis de tecnologia, economia, performance e eficiência, em linha com a tendência global de downsizing.
O foco na fabricação de motores mais modernos foi antecipado pela Companhia, que já propôs a transferência de trabalhadores para outras de suas unidades no Brasil, ao mesmo tempo em que auxilia na transição dos que decidirem permanecer junto às demais empresas locais. A partir de hoje, todo apoio individual será fornecido pela empresa.
A Companhia também trabalha com investidores para desenvolver projetos futuros e inovadores na área”.
Fábrica dos motores E.torQ nasceu de parceria da BMW com a Chrysler
Antes de ser adquirida pela Fiat, em 2008, a fábrica de motores de Campo Largo era chamada de Tritec Motors. A unidade foi inaugurada em 1999 pela joint-venture formada pela BMW e a Chrysler. Na fábrica eram produzidos propulsores 1.4 16V e 1.6 16V projetados na Inglaterra nos anos 1990. Esses motores eram utilizados em modelos Mini Cooper e nos Chrysler Neon e PT Cruiser.
Na época da inauguração da Tritec Motors, a Chrysler também passou a fabricar em Campo Largo a picape Dodge Dakota, produzida na região entre 1998 e 2001.
Após comprar a fábrica, a Fiat mudou o nome da unidade de Tritec Motors para Fiat Powertrain Technologies Campo Largo. Apenas o motor 1.6 16V teve a produção reativada após sofrer melhorias para equipar diversos modelos da Fiat, como Grand Siena, Linea, Palio, Punto, Siena, Strada, Weekend.
O motor 1.6 16V serviu de base para a criação do 1.8 E.torQ, que foi aplicado nos modelos Fiat Doblò, Idea, Weekend Adventure e nos mais recentes Argo, Cronos e Toro. Entre 2015 e 2022, o propulsor equipou também o Jeep Renegade flex.
