Quando um carro ganha uma nova geração e muda pouco, costuma-se dizer que o design é meramente evolutivo, o que costuma equivaler a dizer que a turma do estilo optou pelo caminho mais fácil. Experimente ter uma geração revolucionária do Porsche 911. Bastou trocarem seu motor a ar pelo refrigerado a água para os fãs do carro rasgarem as vestes e gritarem "Heresia!" no meio da rua. Exageros à parte, o 911 é um carro proibido de revolucionar. Quem gosta dele quer mais ou menos a mesma coisa que tinha em 1963, quando o primeiro deles foi lançado: um esportivo confiável e confortável para ser usado todo santo dia. E é isso que o 911 2020, da geração 992, a oitava, pretende oferecer aos fãs. Mais do mesmo, ainda que seja muito mais.
O novo 911 tem 4,52 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,30 m de altura e 2,45 m de entre-eixos. Exatamente o mesmo do Porsche 911 da série 991, lançada em 2011. Algo que indica que a plataforma é provavelmente a mesma. Mas as mudanças teriam sido tão extensas que não se pode chamar este novo 911 de mera reestilização. Como deve acontecer com o HB20 de segunda geração.
A exemplo do 991, o 992 terá apenas motores turbinados. A começar pelo boxer de 6 cilindros 3.0 de 450 cv a 6.500 rpm e 54 kgfm entre 2.300 rpm e 5.000 rpm. O câmbio é o já tradicional PDK, automatizado de dupla embreagem, mas com 8 marchas. No futuro, a marca promete oferecer uma transmissão manual, talvez não de 7 marchas, como o 991 oferecia (e não precisava). O sistema de iluminação, full LED, se alia a uma série de novidades de segurança, como o modo Wet (molhado), para pistas com pouca aderência e risco de aquaplanagem. O novo 911 traz também uma central multimídia com tela sensível ao toque de 10,9 polegadas, auxílio à direção noturna, com leitura infravermelha da pista, o Night Vision Assist, e controlador de velocidade adaptativo.
Na parte de conforto, os bancos do novo esportivo são ajustáveis em 18 direções. Eletricamente. Em suma, o 911 está preparado para vender ainda mais do que as 1.049.330 unidades que já vendeu desde 1963, o que faz dele o esportivo mais bem-sucedido do mundo. Sem previsão de deixar de ser pelos próximos 50 anos, a depender dos esforços da Porsche em preservar seu modelo mais precioso e icônico.
