A expectativa sobre a carreira solo da Polestar, até recentemente apenas a divisão de alto desempenho da Volvo, era grande. Isso porque os teasers indicavam que o primeiro carro da marca seria a versão de produção de um dos conceitos mais bonitos desta década, o Volvo Concept Coupé. Dito e feito: a Polestar, agora como uma empresa individual, apresentou o 1, seu primeiro veículo. Que, sim, tem o mesmo estilo do Volvo Concept Coupé, mas vai um bocado além. Tanto em concepção quanto em fabricação e potência.
Para começar, o Polestar 1 terá 600 cv e 102 kgfm. Se ele fosse um Volvo, seria de longe o modelo de produção em série mais potente de sua história. Curiosamente, quem o olhar de relance terá certeza de que se trata de um Volvo, com faróis com o "martelo de Thor" e as lanternas traseiras. Fora o perfil do P1800 que o Volvo Concept Coupé tão bem homenageou. E que continua ali, ainda que com um emblema diferente. Talvez de propósito, já que a própria marca admite que, mais do que um modelo de grandes volumes, o Polestar 1 será um carro de imagem. Daqueles criados para deixar o público com água na boca também por outros veículos da empresa.
Outra coisa muito significativa do Polestar 1 é sua carroceria. Apesar de ele ser construído sobre a plataforma SPA (Scalable Platform Architecture), a mesma usada pelos modelos S90, V90, XC90 e XC60, a carroceria é de fibra de carbono. Como ela será unida à plataforma, feita de aço e com 50% de novos componentes, criados especificamente pela Polestar, é algo que deve ser muito interessante de entender. Provavelmente com o uso de adesivos aeronáuticos, mas isso é especulação nossa. Traremos mais detalhes a respeito quando tivermos estes dados. O caso é que a carroceria de fibra de carbono torna o Polestar 1 mais leve, mais seguro e melhor de dirigir. Tanto pela maior resistência à torção (45% mais do que uma carroceria equivalente feita de aço) quanto pelo centro de massa mais baixo.
Se você já está contando seu rico dinheirinho para poder colocar um Polestar 1 na garagem, saiba que ele não será vendido. A exemplo do que a Geely e a Volvo querem fazer com a Lynk&Co e do que a Volvo fará com o XC40 por meio do programa Care by Volvo. Você não pagará pela propriedade, mas sim pelo uso do Polestar 1. Ele poderá ser encomendado pela internet desde já, por meio do site da marca. A tarifa, mensal, fixa e sem a necessidade de entrada, será cobrada por períodos de 2 ou 3 anos. O contrato incluirá serviços de retirada e devolução do carro para reparos e também o aluguel de modelos diferentes, tanto da Volvo quanto da Polestar. A parte chata é que a entrega do veículo, na casa do "locatário", só acontecerá a partir de meados de 2019, quando as primeiras unidades saírem da fábrica. Ainda em construção, em Chengdu, na China, ela deve ser finalizada em meados de 2018.
Para compensar a falta de concessionárias, a marca fará o que chama de Polestar Spaces. Em suma, showrooms nos quais os interessados pelos carros e pela marca poderão interagir com os produtos e, provavelmente, encomendar os seus novos automóveis.
Segundo a Polestar, o modelo 1 é "um carro elétrico auxiliado por um motor a combustão", com uma autonomia totalmente elétrica de 150 km. Há 2 motores elétricos no eixo traseiro, o que permite que o cupê tenha vetorização de torque. O pacote de baterias vai entre os bancos dianteiros, no meio do carro, e a suspensão, desenvolvida pela Öhlins, é chamada de CESi (Continuously Controlled Electronic Suspension, algo como suspensão eletrônica continuamente controlada).
Depois dele, a marca terá o Polestar 2, um modelo médio sem medo de nomear o Tesla Model 3 como seu maior concorrente. Ele será o primeiro veículo totalmente elétrico do Volvo Car Group no mundo. Em seguida chegará o Polestar 3, um SUV também inteiramente elétrico, mas mais comprido (e espaçoso) do que o Polestar 2. Os dois modelos são esperados para o final de 2019. Ainda não há informações sobre a atuação da marca no mercado brasileiro, mas torcemos para que ela se aventure também por aqui. Será a única forma de vermos um Polestar 1 rodando no Brasil, já que ele não poderá ser importado de maneira independente.
