O fim do Inovar-Auto será como uma quebra de grilhões para os importadores de veículos. Libertos das restrições legais, já condenadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio), os empresários já planejam investimentos para 2018. É o caso de José Luiz Gandini, presidente da Kia, que anunciou na última quinta-feira (19) o montante de R$ 165 milhões para conseguir vender cerca de 20 mil veículos no país em 2018. Com 6 novos modelos em oferta.
O que mais deve chamar a atenção é o Stinger, o primeiro gran turismo da marca coreana, com tração traseira. Ele está previsto para chegar ao país até maio em suas duas configurações de motor: 2.0 biturbo com injeção direta de 4 cilindros, que rende 255 cv, e V6 3.3 também biturbo de injeção direta, com dianteira um pouco mais pesada, mas 370 cv. O modelo vem sendo bastante elogiado pela imprensa especializada no exterior.
Além dele, teremos também o Rio (provavelmente nas versões sedã e hatchback) e os novos Picanto, Sorento, Sportage e Cadenza. O modelo mais esperado da marca, o Stonic, deve ficar apenas para 2019. Os motivos para isso podem ser vários. Como a demanda por crossovers compactos anda alta no mundo todo, pode ser a fábrica da Kia na Coreia não tenha volume para atender a todo mundo. Para vir ao Brasil em volumes razoáveis, o Stonic teria de ser importado do México, onde ele poderá ser produzido na fábrica de Pesquería, em Nuevo León. É de lá que virá o Rio, que compartilha plataforma com o crossover da Kia. Além disso, ainda não se sabe bem qual será o formato final do Rota 2030, o plano substituto ao Inovar-Auto. Vai que ele arranja um novo meio de restringir as vendas de importados?
Dos R$ 165 milhões, R$ 50 milhões serão investidos em ampliação de rede, que deverá ir das atuais 90 concessionárias para 115 até o final de 2018. O segundo maior montante, de R$ 45 milhões, será destinado a marketing e publicidade. Com R$ 35 milhões, será criado um centro de testes de emissões da Kia em Salto, previsto para março de 2018. Outros R$ 30 milhões serão gastos com equipamentos e softwares para a rede de concessionárias e os R$ 5 milhões restantes serão empregados em ajustar o estoque de peças originais de reposição tanto para modelos antigos quanto para os que estão prestes a chegar.