No dia 23 de março completará 20 anos da apresentação do Volkswagen Gol 1.6 Total Flex, o primeiro veículo bicombustível fabricado no Brasil. Desde então, foram produzidos 40 milhões de automóveis e comerciais leves capazes de rodar com etanol hidratado e gasolina em qualquer proporção.
A Volkswagen desenvolveu a injeção eletrônica flex trabalhando em conjunto com os fornecedores Bosch e Marelli. Dez anos antes, em 1993, a Bosch chegou a fazer experimentos com um carro movido pelos dois combustíveis utilizando um Chevrolet Omega 2.0 de sua frota de testes.
Apesar de Volkswagen ter a primazia dos motores flex no Brasil, o primeiro modelo movido por dois combustíveis foi desenvolvido nos Estados Unidos. Em 1996, o Ford Taurus (foto acima) ganhou versões que podiam ser abastecidas com 85% de etanol ou metanol misturados com 15% de gasolina - E85 e M85, respectivamente.
Nessas duas décadas, os motores flex avançaram bastante tecnologicamente. Os reservatórios de gasolina para a partida a frio deram lugar ao sistema de válvulas injetoras de etanol pré-aquecidas. A Volkswagen também foi a precursora desse recurso com o Polo E-Flex, lançado em 2009.
A utilização da injeção direta também contribuiu para a partida imediata em dias frios sem o auxílio de outra tecnologia.
De acordo com a Anfavea (associação dos fabricantes de veículos automotores), 83% dos carros e comerciais leves vendidos no Brasil atualmente são flex. Os 17% restantes se dividem entre os movidos somente a gasolina, diesel e híbridos.