O segmento dos hatches compactos é o mais disputado no Brasil. Por isso, para chamar atenção do público racional e exigente desta categoria, as fabricantes devem apostar em equipamentos ou tecnologias capazes de fazer seus modelos se destacarem dos demais, a exemplo do que fez a Nissan quando trouxe o câmbio CVT para o March. Antes visto somente em modelos mais caros, este tipo de caixa continuamente variável só existe no March entre os compactos e entrega um casamento feliz com o motor 1.6 de 111 cv, atribuindo-lhe um desempenho notável, com aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 10 s.
Contudo, mesmo com esta carta na manga, o March é apenas o 40º carro mais vendido do país, nono em sua categoria (foram 6.592 unidades vendidas até junho deste ano, segundo a Fenabrave, associação das concessionárias, bem distante dos 89.620 emplacamentos do Chevrolet Onix). E um dos obstáculos para sua maior popularização, fora o tamanho do modelo, considerado pequeno, pode ser o preço, sobretudo o da versão topo de linha SL, que parte de R$ 61.790. Foi ela que a KBB avaliou, conforme você poderá assistir abaixo.
Do que você vai gostar no Nissan March 1.6 SL CVT
O desempenho do March 1.6 CVT é seu principal atributo. Por ser leve (999 kg), o motor 1.6 de 111 cv e 15,1 kgfm de torque não demonstra muito esforço para embalar o carro. Além da agilidade, a sincronia entre o acelerador e as respostas do câmbio CVT estão entre as melhores do mercado. A caixa é rápida em entender diferentes pressões no pedal direito, entregando um comportamento mais "flexível", que não segura o carro o tempo todo numa única faixa de rotação. O câmbio é capaz de entender exatamente quando é necessário extrair mais potência do motor e quando é hora de baixar giros e tornar o aumento de velocidade suavemente progressivo.
A direção elétrica é outra vantagem do March, especialmente para seu uso na cidade, pois é bastante leve para realizar manobras e o diâmetro de giro curto garante a facilidade para conviver com o compacto em centros urbanos. Outros destaques dele são o ar-condicionado digital e a central multimídia com tela de 6,2 polegadas, software próprio com diversos aplicativos embarcados (incluindo Waze) e respostas capacitivas (tal qual a tela do seu smartphone).
Talvez você não curta...
A distância entre-eixos de 2,45 m do March o coloca em paridade com Volkswagen Gol e Fiat Uno e pode oferecer área limitada para as pernas de quem for mais alto (ao menos a altura do teto é generosa). Mas o que mais atrapalha o modelo da Nissan é o abuso da sua simplicidade. Por mais de R$ 60 mil, o consumidor espera um nível diferenciado de acabamento e de capricho na cabine, algo visto em rivais dessa mesma faixa de preço, mas que o March dispensa.
Todo o revestimento da cabine do March é feito de plástico rígido, com pouquíssimas exceções (como um tecido na lateral das portas, mas não onde se apoia o braço). Não há luz de cortesia nos para-sóis, tampouco um baú central que poderia servir também de apoio de braço. A ausência de equipamentos como mais airbags, controle eletrônico de estabilidade, luzes diurnas e controlador de velocidade de cruzeiro também não ajudam o March. Num aspecto geral, o habitáculo e a lista de equipamentos do hatch não condizem com a cifra que a marca pede para a versão SL.
Avaliação completa
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Ficha técnica
Modelo | Nissan March SL |
Motor | 1.6, 16V, 4 cil., dianteiro, transversal |
Potência | 111 cv a 5.600 rpm |
Torque | 15,1 kgfm a 4.000 rpm |
Câmbio | CVT |
Tração | 4x2 |
Freios (d/t) | Discos / Tambor |
Suspensão (d/t) | McPherson / Eixo de torção |
Dimensões (C/L/A) | 3,82 m / 1,67 m / 1,53 m |
Entre-eixos | 2,45 m |
Peso | 999 kg |
Porta-malas | 265 litros |