O Jeep Renegade já ganhou seu primeiro facelift na Europa. Por lá, além do leve tapa no visual, a grande novidade ficou por conta da nova gama de motores Firefly turbo que equipará o modelo (um 1.0 de 120 cv e 1.3 de 150 cv ou 180 cv). Contudo, apesar de a cirurgia plástica já estar confirmada para o Brasil para este segundo semestre, o SUV não contará com os novos propulsores, pois a marca manterá o veterano 1.8 E.torQ flex em linha, assim como o 2.0 Multijet turbodiesel.
Pensando nisso, a Kelley Blue Book Brasil tratou de responder à pergunta que certamente todos farão quando o Renegade surgir renovado por aqui: será que o polêmico motor E.torQ ainda tem "lenha para queimar", sobretudo num segmento cada vez mais disputado? Mais: e quanto às outras limitações dele, como o porta-malas e o espaço interno?
A verdade é que estes pênaltis podem estar fazendo a diferença para o Renegade perder espaço no mercado. Atualmente, o modelo ocupa a terceira posição no ranking de SUVs compactos da Fenabrave (associação das concessionárias), com 21.430 unidades vendidas até junho deste ano, e é seguido de perto pelo quarto colocado, o Hyundai Creta, com 20.152 emplacamentos. O líder continua sendo o Honda HR-V, com 23.149 unidades. E a disputa promete ficar ainda mais acirrada nesta categoria, uma vez que a Volkswagen chegará com o "SUV do Polo", o T-Cross, a partir do ano que vem.
Do que você vai gostar no Jeep Renegade Sport 1.8 E.torQ
Entre as armas que a Jeep deve manter no Renegade, a mais relevante para ele se manter no topo do mercado é a oferta de equipamentos. A versão Sport avaliada pela KBB Brasil custa R$ 83.490 e, nesta faixa de preço, é uma das mais bem equipadas. Entre os itens que merecem destaque estão controle de estabilidade, freios a disco nas quatro rodas, luzes diurnas, faróis e lanternas de neblina, controlador de velocidade, sensor de estacionamento traseiro, stop-start, rádio com tela sensível ao toque, entrada USB e Bluetooth e rodas de liga leve de aro 17.
Outro aspecto que agrada bastante no Renegade é a sua dirigibilidade. Desde a posição de dirigir elevada e vertical (exatamente o que o público desta categoria procura num SUV) até a maneira como a suspensão trabalha, o modelo é de fácil convivência. A visibilidade é ampla e a absorção das imperfeições da via é feita de maneira suave, sem comprometer a estabilidade e a rolagem da carroceria.
O acabamento todo em preto da cabine é elegante e, embora não haja materiais nobres revestindo as peças, não há rebarbas ou falhas aparentes.
Talvez você não curta...
A unidade que avaliamos estava equipada com câmbio manual em conjunto com o motor 1.8 de 139 cv e 19,3 kgfm de torque. Este casamento é certamente favorável ao desempenho do Renegade, uma vez que a caixa facilita o aproveitamento das faixas médias e altas do motor, onde o modelo rende mais (os engates precisos e curtos do trambulador também contribuem para o prazer ao dirigir). Entretanto, ainda com esta vantagem, o motor E.torQ não esconde falta de fôlego em determinadas situações, como ladeiras, tampouco traz maior agilidade para embalar o carro. As retomadas em rodovias exigem paciência e, caso necessite ultrapassar, é preciso calcular bem o tempo e espaço existentes para realizar a manobra com segurança.
Surpreendentemente, o consumo do motor 1.8 não está num patamar tão abaixo comparado a seus rivais. As médias de 7,5 km/l na cidade e 8,3 km/l em rodovias com etanol e 10,9 km/l e 12,3 km/l, respectivamente, a gasolina, estão dentro dos parâmetros do segmento, o que é uma boa notícia.
O porta-malas do Renegade é um calcanhar de aquiles. A Jeep conseguiu extrair 60 litros a mais do bagageiro substituindo o estepe regular por um temporário, totalizando 320 litros no bagageiro do SUV a partir da linha 2018 (antes eram 260 litros). Ainda assim, o número fica distante dos seus concorrentes mais próximos, todos com mais de 400 litros de volume no porta-malas.
A distância entre-eixos de 2,57 m também revela outra limitação do Renegade. A medida não é a menor do segmento, mas, na prática, a cabine do SUV não tem o mesmo aproveitamento de espaço que a do Honda HR-V e Hyundai Creta, por exemplo, sobretudo quanto à área para as pernas.
Avaliação completa
Assista à nossa avaliação completa do Jeep Renegade Sport 1.8 E.torQ diretamente no nosso canal no Youtube para saber se o SUV ainda é uma boa opção de utilitário para você! Aproveite e se inscreva para ver um vídeo novo toda semana!
Ficha técnica
Modelo | Jeep Renegade Sport |
Motor | 1.8, 16V, 4 cil., dianteiro, transversal |
Potência | E: 139 cv / G: 135 cv a 5.750 rpm |
Torque | E: 19,3 kgfm / G: 18,8 kgfm a 3.750 rpm |
Câmbio | Manual, 5 marchas |
Tração | 4x2 |
Freios (d/t) | Discos / Discos |
Suspensão (d/t) | McPherson / McPherson |
Dimensões (C/L/A) | 4,23 m / 1,80 m / 1,66 m |
Entre-eixos | 2,57 m |
Peso | 1.393 kg |
Porta-malas | 320 litros |