Para quem está na parte de baixo da tabela dos SUVs mais vendidos do Brasil, é sempre importante ter uma carta na manga que o faça se distinguir dos demais. No caso do Citroën C4 Cactus, esta carta é o motor 1.6 turbo mais potente da categoria abaixo dos R$ 100 mil. Embora seja um ótimo argumento de venda, o SUV francês diferentão é apenas o 9º colocado entre os utilitários esportivos compactos, com 6.600 unidades vendidas até maio deste ano, bem distante das 27.136 do líder Jeep Renegade.
A versão do C4 Cactus avaliada pela KBB Brasil foi a topo de linha Shine, que parte de R$ 99.990. Considerando os rivais mais próximos do Citroën no ranking de vendas da Fenabrave (a associação das concessionárias), ela disputa terreno contra o Chevrolet Tracker Premier (R$ 104.290), Renault Captur Intense (R$ 91.690) e Ford EcoSport Titanium Plus (R$ 100.890). No segundo vídeo abaixo nós colocamos as informações dos quatro SUVs lado a lado para saber como o Citroën se sai diante deles no que diz respeito ao custo-benefício do que ele tem a oferecer.
Do que você vai gostar no Citroën C4 Cactus
O visual do C4 Cactus divide opiniões, é verdade. Mas isso não significa, necessariamente, que seu formado "quadrado arredondado" não tenha seu charme e, ao menos, o faça se destacar entre os demais. Suas proporções se assemelham bastante às de um hatch aventureiro à la Renault Sandero Stepway, mas engana-se quem pensa que ele tem espaço limitado na cabine. Há bom espaço para pernas e cabeça e é possível abrigar três adultos ali, devido ao nível do assento traseiro e ao assoalho quase plano.
Visualmente, o habitáculo do C4 Cactus segue a mesma filosofia de misturar linhas retas com peças arredondadas que resultam numa composição um tanto sóbria, mas estilosa. As duas telas digitais, da central multimídia e do painel de instrumentos, dão um toque tecnológico interessante ao carro. Embora não seja configurável e também não disponha de muitas informações além das básicas da viagem, o painel é bonito e de fácil leitura. A central possui tela de 8'', é toda touchscreen e tem uma navegação bastante intuitiva, além de ser compatível com Android Auto e CarPlay.
Conforme adiantamos, o principal trunfo do C4 Cactus está sob o capô: o motor 1.6 turbo de 173 cv e 24,5 kgfm de torque. Ele é um velho conhecido da PSA, equipando uma variedade de modelos na gama das duas marcas (Peugeot e Citroën), mas isso só comprova sua capacidade de agradar a condução de basicamente qualquer veículo que ele impulsione. No Cactus não é diferente. O desempenho dele é notável mesmo num segmento com outros SUVs que se gabam por ter motores turbos empolgantes (como Chevrolet Tracker e Volkswagen T-Cross).
Como o C4 Cactus é relativamente leve, sua relação entre peso e potência fica na casa dos 7 kg/cv e sua aceleração até os 100 km/h é feita em pouco mais de 7 segundos. Isto é, não há qualquer risco de frustração com seu desempenho, tanto na cidade quanto em rodovia. Realizar ultrapassagens com ele é manobra fácil e tranquila para se cumprir seguramente. O modelo ainda conta com um recurso chamado de Grip Control que distribui melhor o torque entre as rodas da frente em situações adversas e de pouca aderência, como chuva e areia (lembrando que só há tração dianteira mesmo). De quebra, esta versão Shine também traz alerta de colisão dianteira e frenagem autônoma de emergência.
Talvez você não curta...
Se há motivos para elogiar o espaço e o estilo da cabine do C4 Cactus, o mesmo é mais difícíl repetir quanto ao acabamento. Para os mais exigentes, pagar praticamente R$ 100 mil num carro e perceber que todo o painel é revestido de plástico rígido comum pode ser um tanto decepcionante (além das pequenas rebarbas e desencaixas que podemos encontrar aqui e ali). O volume de 320 litros do porta-malas também desagrada, tal qual o de um Renegade, mas no caso do Citroën ainda há um ingrediente mais grave, pois o formato estreito de abertura da tampa do bagageiro e o degrau até o assoalho dificultam a vida de quem for preencher o espaço com malas grandes e pesadas.
Dinamicamente, o C4 Cactus vai bem ao controlar a tendência de inclinação da carroceria em curvas, porém o comportamento duro da suspensão prejudica a sensação de conforto, seja pelo ruído que ela transmite à cabine, seja pelas batidas secas no assoalho.
Avaliação completa
Assista à nossa avaliação completa do Citroën C4 Cactus Shine diretamente no nosso canal no Youtube! Aproveite para se inscrever, pois toda semana publicamos um vídeo novo por lá!
Ponta do Lápis
Veja como o Citroën C4 Cactus se sai diante de seus rivais nosso comparativo na Ponta do Lápis:
Ficha técnica
Modelo | Citroën C4 Cactus Shine |
Motor | 1.6, 16V, turbo, dianteiro, transversal, flex |
Potência | 173 cv a 6.000 rpm |
Torque | 24,5 kgfm a 1.400 rpm |
Câmbio | Automático, 6 marchas |
Tração | Dianteira |
Freios (d/t) | Discos ventilados / discos sólidos |
Suspensão (d/t) | McPherson / eixo de torção |
Dimensões (C/L/A) | 4,17 m / 1,71 m / 1,56 m |
Entre-eixos | 2,60 m |
Peso | 1.214 kg |
Porta-malas | 320 litros |