Quando mencionamos que a Mercedes-Benz finaliza o desenvolvimento de seu primeiro modelo totalmente elétrico, o EQC, um dos aspectos que mais chamaram a atenção no processo foi o fato de 65% dele ainda depender de protótipos. Simulações em computador já conseguem resolver boa parte dos problemas, mas nada é tão bom para isso quanto a vida real. O recall mais recente dos Volkswagen é um exemplo cabal disso. A marca alemã descobriu que um erro de projeto faz o cinto traseiro esquerdo se desprender quando há alguém no assento do meio e o carro faz alguma manobra brusca, como uma mudança rápida de faixa.
O informativo sobre o problema, divulgado na Alemanha, dá conta de que o problema afeta todas as unidades da atual geração do Polo. E que será resolvido com um novo projeto de fixação do cinto. Não sabemos se a marca se refere ao engate inteiro ou a apenas um componente interno do engate, mas parece que o problema se deve a algum tipo de interferência entre o cinto traseiro esquerdo e o traseiro central. Isso porque o Polo não tem cintos traseiros que se cruzam, como os de Renault Kwid, Fiat Mobi e Hyundai HB20. Independentemente de onde esteja o problema, ele demandará a troca do engate. O problema afeta também os Seat Ibiza e Arona, que usam a mesma plataforma do Polo, a MQB A0. O recall deverá ser convocado na Europa em algumas semanas. Neste intervalo, a recomendação da Volkswagen alemã é que não se utilize o cinto traseiro central nos veículos afetados.
Atualização: mas e no Brasil?
A Volkswagen entrou em contato com a KBB para dizer que, no Brasil, nem Polo nem Virtus enfrentarão o recall. Nossa reportagem original colocava essa possibilidade como alta, considerando o quanto o Polo brasileiro é fiel ao europeu. O defeito foi descoberto pela publicação finlandesa Tekniikan Maailma, cuja reportagem mostra inclusive como a interferência entre os dois engates causa a soltura do cinto esquerdo. Fica claro, ali, que os engates europeus têm alças de tamanhos diferentes. Os daqui seriam da mesma altura.
O fato de os modelos feitos aqui e de os europeus terem saído com soluções diferentes além do design é algo que não costuma acontecer, mas que depõe muito a favor da engenharia brasileira. E não é o único exemplo da competência da turma destas bandas.