Lasanha é um prato de origem italiana, tradicionalmente consumido nos almoços de domingo e que há muitos anos conquistou o paladar dos brasileiros pelo sabor das camadas de massa de farinha de trigo (ou lâminas de vegetais) intercaladas por variados tipos de recheios e molhos.
No mundo automotivo, lasanha era o termo usado para se referir a carros com reparos mal feitos, disfarçados sob várias camadas de massa plástica e tinta. Por isso a relação com o prato.
No entanto, nos últimos anos, o termo lasanha deixou de ser depreciativo e passou a ser utilizado para identificar carros mais antigos, que foram desejados quando novos, mas com potencial para serem um bom negócio para um público mais específico no mercado de usados.
Os compradores desses modelos geralmente não se importam com tendências, uma vez que priorizam carros que atendem os seus gostos pessoais e não as preferências do mercado em geral. Fãs de carros que já saíram de linha ou de marcas e modelos pouco conhecidos no país são alguns exemplos de “lasanheiros”.
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Negócio pode ser irresistível
As lasanhas automotivas podem ser tão irresistíveis quanto um generoso pedaço de massa coberta por queijo e molho quando o consumidor fica com a seguinte dúvida: comprar um modelo de entrada zero quilômetro ou desembolsar o mesmo valor para adquirir um carro usado de segmento superior mais completo e com motor mais potente?
Vamos tomar como exemplo a seguinte situação: pelo mesmo preço de um Fiat Mobi Like 1.0 (R$ 65.890), atualmente o carro zero quilômetro mais barato do Brasil, é possível colocar na garagem um Volkswagen Tiguan 2012. Muito mais equipado que o Mobi e ainda movido pelo potente motor 2.0 turbo de 200 cv, o SUV tem preço médio de R$ 62.114, de acordo com a KBB Brasil (consulte aqui o preço de qualquer carro).
Se tiver boa procedência, o Tiguan pode ser um bom negócio para quem não se importa com a desvalorização e está disposto a arcar com os custos consideravelmente maiores de manutenção, seguro e combustível de um carro já com 10 anos de uso. Por outro lado, o consumidor comprará um veículo bem superior pelo preço de um modelo popular novo.
Cuidado para não fazer um negócio indigesto
Contudo, é preciso ficar atento a alguns detalhes antes de se render à tentação de uma lasanha (o carro) para não ter uma “indigestão” financeira. Pesquise em sites especializados, fóruns na internet e até mesmo com proprietários de determinados modelos a viabilidade de manter um carro mais sofisticado, a disponibilidade de peças, de mão de obra especializada e, principalmente, se você é capaz de bancar essas despesas todas.
Se uma lasanha ainda compromete o seu orçamento, o melhor negócio é optar por um carro mais barato de manter e de maior liquidez no mercado até que a sua condição financeira fique mais favorável. Mas se as suas finanças permitem fazer alguma extravagância, aproveite aquela oferta irresistível e delicie-se com uma iguaria automotiva.