Quando a Bentley apresentou o conceito EXP 10 Speed 6, no Salão de Genebra de 2015, deixou uma multidão de entusiastas suspirando. Se não pela chance de ter um carro como aquele na garagem, pelo menos de ver um destes pelas ruas. E a Bentley atendeu aos desejos dessa turma com a terceira geração do Bentley Continental GT. Tirando alguns detalhes, é o EXP 10 Speed 6 sob um nome mais tradicional. A carroceria continua linda de morrer.
Construído sobre a plataforma MSB, a mesma do Porsche Panamera, o Continental GT ficou sutilmente mais leve. Em vez de pesar 2.320 kg, ele ficou com 2.244, uma economia de 76 kg. Pode parecer pouco, mas é o peso de mais um passageiro adulto para este modelo de quatro lugares. Só não se pode falar que o cupê é um peso-pena. Nem poderia ser, com tanto luxo envolvido. E um motor W12 de 6 litros colocado na parte dianteira. A tração, como convém aos MSB, poderia ser apenas traseira, mas, no Continental GT, é integral.
O novo cupê britânico, fabricado em Crewe, no Reino Unido, tem 4,81 m de comprimento, 2,19 m de largura, 1,41 m de altura e um entre-eixos de 2,85 m. Seu motor biturbo W12 rende 635 cv a 6.000 rpm e 91,8 kgfm de 1.350 rpm a 4.500 rpm e coloca 55% do peso do modelo sobre o eixo dianteiro.
Com a ajuda de um câmbio ZF de 8 marchas, a distribuição de tração fica em 38% na dianteira nos modos Bentley e Comfort, com os demais 62% na traseira. No modo Sport, porém, 83% da tração vai para o eixo traseiro, com apenas 17% no dianteiro. Se você achou que estávamos falando da tradicional caixa automática da ZF, enganou-se: o Continental GT vem com uma transmissão automatizada de dupla embreagem…
Com esse conjunto, a velocidade máxima do cupê fica em 333 km/h, com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,7 s. E o motor ainda desliga metade de seus cilindros, quando não há exigência, para funcionar como um V6 tradicional, e oferece stop-start. Um sistema de 48V, que poderia servir a algum tipo de eletrificação, como já aconteceu com a Audi e a VW, serve no Bentley para alimentar o Bentley Dynamic Ride, um sistema de controle da dinâmica veicular que usa barras estabilizadoras ativas tanto no eixo dianteiro quanto no traseiro.
A dinâmica do carro também conta com o auxílio do sistema Continuous Damping Control (CDC), que mede continuamente a distância entre as rodas e a carroceria para proporcionar o máximo de conforto por meio da suspensão a ar. Ela usa “molas de ar” de três câmaras que permitem 60% a mais de ar no modo mais suave do que o oferecido pela suspensão a ar anterior.
Para quem não dá a mínima para nada disso, mas liga para acabamento e aparência, o Continental GT oferece coisas impressionantes. Como couros naturais de alta qualidade. Se ficarmos só nos, revestimentos de madeira, cada Bentley Continental GT usa mais de 10 m² do revestimento. Trabalho artesanal, ele toma mais de 9 horas de trabalho de um funcionário da marca, que coloca as lâminas de madeira no carro à mão. A Bentley oferece 8 opções de madeira e 4 que conciliam dois tipos dela.
Os bancos dianteiros do Continental GT têm 10 tipos de ajuste elétrico, aquecimento, refrigeração e massagem. Com o couro costurado que é típico da marca. Há três sistemas de som disponíveis. O “básico” traz 10 alto-falantes e 650 W. O intermediário, da Bang & Olufsen, tem 1.500 W e 16 alto-falantes com grelhas iluminadas. Por fim, o topo de linha é da Naim. Ele oferece 2.200 W, 18 alto-falantes com Active Bass Transducers, transdutores de graves ativos instalados nos bancos da frente e com 8 modos de som. Para ajudar, tanto o para-brisa quanto os vidros laterais são laminados, o que garante um interior 9 dB mais silencioso.
Entre as opções oferecidas pela marca britânica estão 17 de pintura externa só no catálogo (e outras 70 tonalidades entre as opções de encomenda), 15 de carpetes e 15 de revestimentos dos bancos. Tudo isso com rodas de aro 21 ou 22. Sorte daqueles com dinheiro suficiente para levar um destes para a garagem. E dos que estiverem em volta para admirar, ainda que de longe, essa nova bela máquina.
